1 de ago. de 2008

LMF - FEB - Histórico Pessoal - Resumo

HISTÓRICO DO EX COMBATENTE 2º SARGENTO LEÔNIDAS MACEDO FILHO
Dados Pessoais :

LEÔNIDAS MACEDO FILHO, nasceu na cidade mineira de Candeias em 20-03-21, filho de Leônidas Macedo e Julieta Lamounier Macedo, casado com Maria de Lourdes Macedo, pai de Márcio Macedo, (Cirurgião Dentista, residente na cidade de Setúbal em Portugal), Marcelo Macedo, (Bacharel em Direito, Técnico Eletrônico e Empresário residente em Campos Altos), Ricardo Macedo, (Economista e Empresário, residente em Campos Altos), Maysa Macedo, (Decoradora e Arquiteta residente em São Gotardo), avô de Ricardo Pimentel Resende Macedo, João Victor Pimentel Resende Macedo, Luisa Macedo Nalin e Henrique Macedo Nalin, Herói e Ex-Combatente da 2ª Guerra Mundial, comerciante pioneiro na cidade de Campos Altos, político (ex-presidente de diretórios municipais de partidos políticos, da UDN e PDS, ex-vereador, presidente do legislativo Municipal, ex-Prefeito de Campos Altos), fazendeiro, residente e domiciliado em Campos Altos desde 1.949.

Atividades :

Em 01-03-41 voluntariamente se apresentou, foi admitido e cumpriu o serviço militar no 11º R.I na cidade de São João Del Rei – MG, onde além dos treinamentos militares, realizou cursos de Cabo, Sargento, Contador Regimental e Datilografo;

No final de 41 foi designado para trabalhar na tesouraria daquela unidade. Devido a guerra irrompida na Europa, que alastrava pelo mundo e com a possibilidade do Brasil entrar na mesma, o serviço militar obrigatório e voluntário, cujo tempo regular é um ano, foi prorrogado por tempo indefinido;

No início de 42, assumiu o cargo de sargento contador da tesouraria e exerceu a função até março de 1.944. Data na qual todo efetivo do regimento foi deslocado para o Rio de Janeiro para compor a concentração da 1ª. D.I.E. (Divisão de Infantaria Expedicionária) e continuar os treinamentos específicos para a guerra;

Em 02-07-44, também voluntariamente, atendeu a convocação e anseio do povo Brasileiro, que havia evocado e exigido a participação do Exército Brasileiro no Conflito Mundial, em resposta às agressões nazi-fascista à soberania nacional. Assim embarcou com destino ignorado no 1º Escalão das Tropas da Força Expedicionária Brasileira a bordo do navio de transporte de tropas “USS. GENERAL MANN” da marinha dos EUA ;

Em 16-07-44 desembarcou no porto de Nápoles no sul da Itália, que na mesma noite foi intensamente bombardeado pelos Alemães. Após o ”batismo de fogo”, foi requisitado para servir no QUARTEL GENERAL DA 1ª DIVISÃO DE INFANTARIA - SERVIÇO DE INTENDÊNCIA - SEÇÃO DE CLASSE II E IV - Equipamento e Fardamento para suprimento da tropa e também para integrar o pelotão de defesa do mesmo, fazendo parte de uma peça de metralhadora 0.50;

Em 24-12-44, no auge da guerra, além da informação, que seria criada nova vaga e, que poderia permanecer no serviço de intendência, por merecimento, o então 3º Sargento Leônidas Macedo Filho foi promovido à graduação de 2º Sargento do Exército Brasileiro;

Em 29/04/44, após espetacular manobra militar de duplo envolvimento efetuado pela FEB na região de Fornovo, a 148ª D.I. Alemã foi totalmente cercada, intimada e obrigada a se render incondicionalmente. Após 20 horas de trabalho ininterrupto de rendição da 148ª DI, foram feitos nada menos do que 14.779 prisioneiros, bem como capturados canhões de diversos calibres, viaturas e cavalos. O episódio vivido vitoriosamente pela divisão brasileira em Fornovo constitui marco de transcendente significação nos anais da história militar do Brasil e é motivo de muito orgulho para Febianos e todos os Brasileiros;

Em 02/05/045, finalmente houve a rendição incondicional dos Alemães na Itália e em 08/05/45 na própria Alemanha, quando então foi totalmente encerrada a estúpida guerra na Europa. Em 14/08/45 a guerra também foi concluída no Japão e após seis longos anos a paz voltou a reinar no mundo. O conflito mundial matou nada menos do que cinqüenta e três milhões de pessoas, das quais vinte e dois milhões diretamente em combates;

Em 02-07-45, o Sargento Leônidas Macedo Filho embarcou no Porto de Nápoles, retumbante, de volta à amada pátria, orgulhoso por ter cumprido, a árdua, mas muito recompensante tarefa, novamente no 1º escalão de tropas, desta vez a bordo do navio americano de transporte - “USS General Meiggs”;

Na manhã de 18-07-45, o Sargento Leônidas Macedo Filho desembarcou no porto da cidade do Rio de Janeiro. Onde, assim como os demais, foi recebido, entre outras autoridades, pelo Presidente Getúlio Vargas, assim como por uma multidão de Brasileiros em regozijo pela vitória e em especial pelos primos casal Irene Sidney e Pedo Nardi;

Em 31-07-45, o 2º Sargento Leônidas Macedo Filho foi licenciado do Serviço Militar do Quartel General da 1ª D.I.E. para, conforme portaria ministerial da desmobilização, após quatro longos anos, retornar às atividades que desenvolvia antes da convocação. Naquela oportunidade o Sargento recebeu o certificado de reservista, das mãos do chefe do Estado Maior da FEB, então Cel. Floriano de Lima Brinner, que posteriormente foi promovido General e Marechal. Antes, porém o Cel. ponderou que o Sargento, tinha futuro, não deveria deixar o exército e caso aceitasse o certificado seria cancelado. O Sargento então agradeceu e alegou que já havia decidido deixar o exército;

Em cumprimento às obrigações na guerra, o Sargento Leônidas Macedo Filho atravessou a Itália de sul (Nápoles) a norte (Alesandria) e compôs a força militar, que devastou o exército nazi-fascista. Força expedicionária esta que apesar de encontrar condições adversas e desconhecidas no rigoroso inverno europeu, aprisionou um número superior de soldados e oficiais alemães do que o próprio efetivo dela. Assim como libertou o povo e cidades italianas ocupadas, cumpriu com extrema eficácia todas as missões a ela confiada pelo comandando do 4º corpo de Exército Aliado, a qual estava subordinada e principalmente os objetivos e anseios solicitados e exigidos pelo povo Brasileiro;

Pela brilhante atuação nos campos de batalha na Itália, entre vários outros, o Comandante do IV Corpo de Exército Americano, Major General Willys Dale Critemberger, após a tomada de “Montese”, assim elogiou a FEB: “Na jornada de ontem, somente os Brasileiros mereceram as minhas irrestritas congratulações. Com o brilho do seu feito e espírito ofensivo, a divisão Brasileira esta em condições de ensinar às outras como se conquista uma cidade”;

Apesar de não haver sido combatente direto, permanecido no depósito de pessoal, enviado ao front ou sido descoberto e atacado o Q.G. da FEB, onde serviu, potencialmente correu muito risco em servir no mesmo. Uma vez, que caso a Alemanha houvesse oferecido maior resistência ou vencido a guerra a história poderia ter sido muito diferente. Entretanto, de qualquer forma, o Sargento Leônidas Macedo Filho fez e muito bem a parte dele, contribui muito para a vitória dos aliados e atendeu a evocação da pátria e do povo, que havia exigido a entrada do Brasil na guerra;

Além do orgulho e reconhecimento por haver aceitado o desafio, lutado na guerra, atendido a evocação da pátria, exigência do povo e cumprido satisfatoriamente a missão a ele confiada, o Exército e a Guerra ainda proporcionaram muitos conhecimentos, amizades e experiências. Caso o Sargento Leônidas Macedo Filho houvesse decidido continuar no exército, certamente teria ascendido, como vários outros colegas, que também lutaram na guerra, ascenderam, a elevadas patentes e alcançaram importantes postos e cargos executivos;

Em 1.946, inspirado pela vitória da liberdade e da democracia, que efetivamente ajudara a conquistar nos campos de batalha na Europa e que no Brasil, determinaram a queda da ditadura de Vargas, ingressou no partido político de oposição - UDN (União Democrática Nacional). O partido era integrado, entre outros, por idealistas, elite estudantil e intelectual e o Ex-combatente Leônidas Macedo Filho, foi eleito secretário geral da Primeira Diretoria do Diretório Municipal do Partido na terra natal Candeias–MG;

Em 09-04-46 o ex-combatente Leônidas Macedo Filho foi condecorado pelo Governo Brasileiro, com a medalha de Campanha criada pelo Decreto Lei 6.795 de 17-08-44, por ter, como integrante da Força Expedicionária Brasileira, participado de operações de Guerra na Itália, sem nenhuma nota desabonadora;

Em 26-05-47 o ex-combatente Leônidas Macedo Filho foi novamente condecorado pelo Governo Brasileiro com a medalha de Guerra de 1ª Classe, criada pelo decreto 6.795 de 17-08-44, por ter colaborado no esforço de guerra do Brasil durante a gloriosa campanha da Itália;

Em 1.949, a convite do saudoso Sr. Mariano Bernardino de Souza Filho (Marianinho), conterrâneo, correligionário dele e na época Prefeito de Campos Altos (1º Eleito), o ex-combatente Leônidas Macedo Filho transferiu-se para esta localidade. Onde plantou suas esperanças, acreditou na jovem, dinâmica e pequena cidade e estabeleceu pioneiramente no comércio de Auto Peças, acessórios e Auto Serviços;

Em 05-12-50, o ex-combatente Leônidas Macedo Filho casou-se com Maria de Lourdes Resende Macedo, filha do igualmente saudoso casal Sr. Nelson Resende e Alvarinda Gontijo;

Em 1.956, o ex-combatente Leônidas Macedo Filho ingressou na vida política local, onde se candidatou a Vice Prefeito pela chapa da oposição da UDN, encabeçada pelo Sr. Mário Domingos, que foi derrotada pelo candidato da situação do PSD por apenas vinte e três votos;

Em 1.960 o ex-combatente Leônidas Macedo Filho foi eleito vice-presidente do diretório municipal da UDN e nas eleições ajudou a liderar a memorável vitória do partido nos planos municipal (Geraldo Barbosa Leão), estadual (Magalhães Pinto) e federal (Jânio Quadros);

Em 13-01-63 o ex-combatente Leônidas Macedo Filho foi homenageado pela Prefeitura Municipal de Candeias - MG, que erigiu um monumento aos heróis ex-combatentes participantes da segunda guerra, constando em uma placa de bronze o nome dele, assim como dos 11 demais Candeenses que participaram da gloriosa campanha da Itália;

Em 1.964 o ex-combatente Leônidas Macedo Filho foi eleito, assumiu e exerceu a presidência do diretório municipal da UDN até 1.965, quando foram extintos os partidos políticos, através de decreto do Governo Militar;

Em 15-11-66 o ex combatente Leônidas Macedo Filho elegeu-se vereador pela chapa da ARENA com 203 votos dos 1.803 válidos (11,26%), em 28/12/66 foi diplomado pelo MM Juiz de Direito e presidiu por dois anos a Câmara Municipal de Campos Altos;

Ainda em 1.966, o ex-combatente Leônidas Macedo Filho foi escolhido e convocado pelo MM. Juiz de Direito da Comarca de Ibiá, para compor, na função relevante de Jurado, o Tribunal do Júri da Comarca; servindo à justiça em vários julgamentos, até ser dispensado legalmente, por limite máximo de idade;

Em 1.969 o ex-combatente Leônidas Macedo Filho foi eleito diretor de Patrimônio da primeira diretoria do recém inaugurado Clube Social de Campos Altos;

Em novembro de 1.969, juntamente com Rotarianos da Cidade de Luz e cidadãos da Elite da Sociedade Campos-Altense, o ex-combatente Leônidas Macedo Filho participou da fundação do Rotary Club de Campos Altos, elegeu se presidente Fundador (Provisório), 1º Presidente, vice-presidente por três períodos e foi nomeado Diretor de Avenidas de Serviço em outros dois;

Em 15-11-70, como candidato único e com o apoio de todas correntes partidárias políticas locais, o ex-combatente Leônidas Macedo Filho elegeu-se Prefeito Municipal de Campos Altos pela chapa da ARENA, com número de votos recorde superior inclusive à somatória dos votos dos vereadores, foi diplomado pelo MM Juiz de Direito em 20/11/70 e cumpriu satisfatoriamente o mandato tampão reduzido de apenas dois anos (71/72);

Em 11-12-71 o ex-combatente Leônidas Macedo Filho foi agraciado com o Diploma de Honra ao Mérito pelo Movimento Brasileiro de Alfabetização - MOBRAL, pela participação positiva e efetiva colaboração no processo de erradicação do analfabetismo, contribuindo assim para o desenvolvimento da comunidade e para a promoção do Homem Brasileiro;

Em 06-07-73, ao ensejo das comemorações do Jubileu de Prata, a ACAR - Associação de Crédito e Assistência Rural prestou-lhe uma homenagem ao ex-combatente Leônidas Macedo Filho, conferindo-lhe uma placa de prata em reconhecimento à colaboração prestada às atividades da extensão rural no Estado de Minas Gerais, em especial na região da cidade de Campos Altos;

Em 1.980, após a dissolução dos partidos políticos (ARENA MDB), o ex-combatente Leônidas Macedo Filho reuniu antigos e novos companheiros e fundou o diretório Municipal do PDS, elegendo-se presidente do mesmo por dois períodos e liderando a vitória do partido no plano municipal, novamente com o prefeito Geraldo Barbosa Leão;

Ainda em 1.980, já aposentado por tempo de serviço de INPS, o ex-combatente Leônidas Macedo Filho adquiriu uma gleba de terras, iniciando aí uma nova atividade econômica - O Cultivo do Café;

Em 05-04-82, conforme lei nº 4.242/63, o ex-combatente Leônidas Macedo Filho passou a ter direito à pensão militar, na graduação de 2º Sargento. E a partir da promulgação da Constituição Atual (1.988), e conforme Artigo 53, inciso ll do ato das Disposições Constitucionais Transitórias, passou a fazer jús ao salário de 2º Tenente do Exercito Brasileiro;

Em 23-07-88, a Câmara Municipal de Campos Altos, em cumprimento a lei municipal nº 25/877 de 04-08-88, concedeu ao ex-combatente Leônidas Macedo Filho o Título de Cidadão Benemérito, pela contribuição em prol do desenvolvimento do Município;

Em Maio de 1.994, o ex-combatente Leônidas Macedo Filho compôs a primeira diretoria da ACCAR (Associação dos Cafeicultores de Campos Altos);

Em 23-09-94, pela comemoração do 50º aniversário de emancipação administrativa e política do município, o ex-combatente Leônidas Macedo Filho foi homenageado pela Prefeitura Municipal de Campos Altos, como ex-Prefeito, recebendo uma medalha de Prata alusiva à data;

Em 12-03-95, em Reunião Festiva em comemoração ao 25º aniversário da fundação, o Rotary Club de Campos Altos, conferiu ao ex-combatente Leônidas Macedo Filho o Diploma de Honra e Mérito, por ter sido o presidente fundador e o primeiro eleito do Clube;

Em 05-05-95, pela comemoração do 50º aniversário do término da 2ª guerra, e com a participação dos atiradores do Tiro de Guerra Local e ex-Combatentes da cidade e região, a Câmara Municipal de Araxá MG, em sessão solene extraordinária, realizado no salão de conferências do Hotel/Pousada Dona Beja, prestou homenagem, entregando ao ex-combatente Leônidas Macedo Filho, pelas mãos do presidente da casa, uma placa de prata, ofertada pelo Prefeito Municipal de Campos Altos, Dr. Vítor Vieira dos Santos;

Em 02-09-97, em Reunião Festiva do Rotary Club de Campos Altos alusiva à visita oficial do Governador Roberto Duarte, por haver sido o presidente fundador e primeiro eleito, combinado com os relevantes serviços prestados ao Clube e a comunidade, ao ex-combatente Leônidas Macedo Filho foi homenageado com a admissão no quadro social do mesmo na categoria de Sócio Honorário;

Em 09-07-98, “Por relevantes serviços prestados ao Rotary Club de Campos Altos e à comunidade local”, em Reunião Festiva conclusiva do ano rotário, o ex-combatente Leônidas Macedo Filho recebeu do Presidente Marcelo Macedo o Diploma de Mérito Rotário;

Em 11-05-2000, pela comemoração do dia da vitória, do expedicionário e do 55º aniversário do término da guerra, “Pelos atos de bravura nos campos de batalha da Itália durante a 2ª Guerra Mundial, combatendo o Nazi-Fascismo e defendendo a democracia”, em reunião festiva do Rotary Club de Campos Altos, o ex-combatente Leônidas Macedo Filho recebeu do Presidente Saulo de Almeida e Silva uma homenagem e um diploma de mérito;

Em 14-12-02, em Reunião Festiva do Rotary Club de Campos Altos, comemorativa à implantação do Projeto de Subsídio Equivalente visando a recuperação e proteção da nascente do Córrego do Engenho da Serra e com a presença e prestigio do Governador do Distrito 4.760 de Rotary International - Sebastião Simões da Cunha, o ex combatente Leônidas Macedo Filho foi mais uma vez homenageado pelo Clube, que lhe conferiu a comenda e título de companheiro “Paul Harris”;

Em 14-04-03, em reconhecimento por haver composto a força militar, que libertou a cidade e o povo da opressão nazista na Segunda Guerra Mundial, o ex-combatente Leônidas Macedo Filho, assim como todos os demais ex-pracinhas da FEB, foi homenageado pela Prefeitura Municipal da cidade Italiana de Montese, com o honroso título de cidadão honorário da mesma;

Em 21-02-05, assim como os demais, o ex-combatente Leônidas Macedo Filho foi homenageado e distinguido, conforme portaria Nº. 068 do Comandante do Exército Brasileiro, que criou o “exórdio” e o toque especial para assinalar a presença de Ex-Combatente em solenidades militares comemorativas das datas significativas da FEB na campanha da Itália;

Em 23-02-05, em reunião festiva comemorativa do centenário de Rotary International e dos 35 anos de fundação do Rotary Club de Campos Altos, por haver sido um dos fundadores e assim como sete outros, ainda permanecer nos quadros do Clube, o ex-combatente Leônidas Macedo Filho foi homenageado com diploma de mérito;

Em 16-05-05, pela comemoração dos sessenta anos do final da Segunda Guerra Mundial e vitória dos aliados, como ex-combatente da FEB, em reunião solene presidida pelo vereador Itamar Roberto da Silveira, o ex-combatente Leônidas Macedo Filho recebeu homenagem e diploma de reconhecimento da Câmara Municipal de Campos Altos, através de projeto de autoria do vereador Paulo Ferreira de Carvalho;

Em Junho de 2.006, por haver lutado na segunda guerra mundial, o ex-combatente Leônidas Macedo Filho efetuou Palestra para os alunos do Colégio Gama – Rede Promove em São Gotardo e foi agraciado com placa ofertada pela Diretoria com os seguintes dizeres: É de cidadão como você, que uma nação necessita para construir sua soberania. Parabéns! Carinhosamente;

Em 29-05-06, pelo dia do expedicionário, foi homenageado pela Câmara Municipal de Campos Altos, que através do Presidente Paulo Cezar de Almeida, conferiu ao ex-combatente Leônidas Macedo Filho um quadro contendo um texto, cujo título é “A Nação que não honra seus soldados não merece seus heróis” de autoria de Alfredo Augusto Cruz e que foi assinado por todos os demais vereadores;

Em 10-06-07, pela comemoração dos sessenta e dois anos do dia da vitória dos aliados na Segunda Guerra Mundial, ainda por possuir dois sócios fundadores, que participaram da mesma, o Rotary Club de Campos Altos promoveu reunião especial e o ex-combatente Leônidas Macedo Filho proferiu palestra alusiva à data, cujo texto foi adaptado à Canção do Expedicionário de Guilherme de Almeida;

Em 07-05/08, pela comemoração dos 63 anos da vitória dos aliados na II Guerra Mundial, por possuir no quadro social dois sócios fundadores, que participaram da mesma, o Rotary Club de C. Altos promoveu reunião festiva, o Presidente Adriano Senna Ramos ofertou diplomas de mérito ao ex-combatente Leônidas Macedo Filho, que proferiu palestra e exibiu filme sobre a atuação da FEB;

Em 17-06-08, em reunião festiva de posse do Conselho Diretor 2008/2009 do Rotary Club de C. Altos, por haver sido um dos fundadores, ainda no quadro social e presente à solenidade, o Presidente Rogério Parra homenageou e ofertou ao rotariano Leônidas Macedo Filho distintivo de sócio fundador;

Em 09/07/09, por haver sido o Presidente Fundador, há 40 anos, ainda pertencer ao quadro social do clube, foi distinguido e homenageado pelo Rotary Club de Campos Altos, através do Presidente Orlando Taveira, como Presidente de Honra do Clube;

Em 24/08/09, pelo dia do soldado (25/08) e relevantes serviços prestados a Campos Altos e ao Brasil, através do venerável mestre Paulo César Caldeira Ângelo, foi homenageado e recebeu comenda da Loja Maçônica XII de dezembro;

Em 18/09/09, pela comemoração do 65º aniversário da emancipação política de Campos Altos, a Câmara Municipal prestou-lhe homenagem e concedeu-lhe o honroso título de cidadão honorário, que foi entregue pelo prefeito Cláudio Donizete Freire;


Em 20/03/2011, pela comemoração do aniversário de noventa anos, recebeu os familiares e amigos no salão São Paulo do Santuário de N. S. Aparecida;

Em 22/03/2011, pelo 90º aniversário, através de proposição do eminente desembargador José Afrânio Vilela, foi homenageado pela 2º Câmara Civil do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. O presidente Roney de Oliveira determinou que a manifestação fosse registrada em ata e efetuada comunicação de estilo ao bravo nonagenário expedicionário da FEB;

Em 08/O9/2011 foi homenageado pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG), em seção conjunta das Delegacias de Uberlândia e Araguari. Marcelo Macedo ministrou em nome do pai, palestra sobre a história do ex-combatente e a participação da Força Expedicionária Brasileira FEB na Segunda Guerra Mundial;


Em 24 e 26/07/12, a convite do comandante Tenente Cel. Marcos André Gueiros Taulois, o ex-combatente Leônidas Macedo Filho prestigiou as solenidades comemorativas do cinqüentenário do 36º Batalhão de Infantaria Motorizada em Uberlândia-MG.

"Encontram-se presentes nesta solenidade ex-combatentes da Força Expedicionária Brasileira, criada por ocasião da 2ª Guerra Mundial. O Exército Brasileiro presta nesta ocasião a merecida homenagem àqueles que com sacrifício, bravura e glória, souberam defender a honra da Pátria e os ideais de liberdade e democracia”

O solene anúncio, efetuado após a apresentação da tropa, foi o primeiro evento da formatura militar. Em seguida, ainda em reverência aos febianos, foram executados os toques de sentido, de "Presença de Ex Combatente" (Clarim) e o Exórdio de Presença (Banda de música).

Campos Altos, 11 de setembro de 2.012.

Marcelo Macedo

LMF - FEB - Palestra Efetuada

SESSENTA E DOIS ANOS DO DIA DA VITÓRIA

Eram dois de julho da manhã de 1944. O General Mann, navio transporte de tropa norte-americano, cruzava a barra da Baía de Guanabara e iniciava a travessia do oceano atlântico. A bordo pracinhas Brasileiros, que pela primeira vez na história, constituíam uma força militar sul americana, que partiam para combater em terras de ultra mar.

A grande maioria dos soldados eram humildes, sem escolaridade, pertenciam às camadas mais pobres da sociedade e procediam do interior, do morro do engenho, das selvas e dos seringais, das margens crespas dos rios, assim como dos verdes mares bravios da sua terra natal. Muitos também não possuíam noção do risco e da importância da missão a eles confiada. Lá iam, oficiais e praças, enfrentar, ao lado de aliados experientes, soldados de um dos exércitos mais respeitados do mundo.

Constituía-se assim o primeiro escalão da Força Expedicionária Brasileira, ao qual, outros três haveriam de seguir, o último tendo zarpado em 8 de fevereiro de 1945. O Brasil reconhecera, em 22 de agosto de 1942, o estado de beligerância com a Alemanha e a Itália.

Já não tinha sido em tempo. O Araraquara, o Aníbal Benévolo, o Itagiba, o Baependi e o Arará haviam sido torpedeados os entre 14 e 17 de agosto daquele ano, enquanto singravam os mares em legítima e pacífica navegação de cabotagem. Mais de seiscentas vidas ceifadas pelos submarinos do Eixo. A opinião pública, tendo à frente a juventude, exigira do governo o revide à cruel e covarde agressão.

E em Nápoles aportaram os pracinhas. Haviam saído da boa terra do coco, da choupana onde um é pouco, dois é bom, três é demais. Provinham das praias sedosas, das montanhas alterosas, do pampa e dos cafezais. Homens simples, integrantes de um Exército que sofrera rápido processo de adaptação a novas armas, a técnicas e a táticas recém-introduzidas a Força.

Não chegaram sós. Com os soldados de Caxias, na Europa apresentaram-se também as asas da Força Aérea Brasileira, habilmente manejadas pelos homens do 1º Grupo de Aviação de Caça e da Esquadrilha de Ligação e Observação. E combateram nossos pracinhas e aviadores. Venceram. A epopéia começou a ser escrita em Camaiore, Monte Prano, Fornaci e Galicano-Barga. Prosseguiu com as conquistas notáveis de Monte Castelo, Montese, Zocca, Colecchio e Fornovo. Foi encerrada em Piacenza, Alessandria, Turin e Susa.

Aqueles Brasileiros, armas na mão, coragem na alma, estavam convencidos da causa da liberdade, tão querida nesta terra das Minas Gerais, da qual partiu o Alferes Tiradentes para imortalizar no coração de cada brasileiro. Nossos pracinhas haviam levado, junto a seus uniformes e equipamentos, a crença de que, por mais terras que tivessem que percorrer, Deus não haveria de permitir que morressem sem que voltassem para lá, para sua casa branca da serra, para o luar do seu sertão, para sua Maria, cujo nome principiava na palma das suas mãos. Venceram aqueles bravos.

Trouxeram por divisa o “V” da vitória. Aqueles duzentos e trinta e nove dias de ação cobraram-nos, a todos nós brasileiros, o sangue de treze oficiais, de quatrocentos e trinta praças, e de oito oficiais da Força Aérea. Mil cento e quarenta e cinco foram feridos ou acidentados, e trinta e cinco dos nossos caíram prisioneiros do inimigo. Ao final da guerra, quando nossos soldados retornaram aos lábios de mel de Iracema e aos braços mornos de Moema, estendidos para eles, puderam nos contar, com justificado orgulho, que haviam cercado e capturado a famosa 148ª Divisão de Infantaria Alemã, além de remanescentes da Divisão Bersaglieri Itália e da 90ª Divisão Panzer.

Outros tantos dos nossos ocuparam o Teatro de Operações do Nordeste ou integraram o Sistema de Defesa da Costa, tendo cumprido missão de vigilância de nosso extenso litoral e ilhas oceânicas. Entrementes, a Marinha do Brasil proveu segurança ao transporte marítimo, com emprego total da esquadra nas águas azuis que banham nossas praias.

Passados sessenta e dois anos do oito de maio de 1945, o Dia da Vitória, promove o Rotary Club de Campos Altos esta reunião especial, tão oportunamente promovida para homenagear os ex combatentes da FEB e especialmente os de C. Altos.

Sob o mesmo sentimento de nacionalismo e vontade de nossa sociedade, animados pela firme disposição de defender nossa liberdade e nossa soberania contra uma ideologia totalitária, fratricida e extremada, os ex combatentes da FEB arriscaram seu bem mais precioso, a vida, pelas gerações que os sucederam.

Alguns desses homens estão aqui conosco. São gente da terra querida da Senhora Aparecida e do Senhor do Bonfim. São gente que tem a Pátria no bojo do seu violão, que havia deixado para trás seu terreiro, seu limão, seu limoeiro, seu pé de jacarandá.

Havia sentido saudade de uma casa pequenina, lá no alto da colina, onde canta o sabiá. São gente que está conosco, encanecida, octogenária, ostentando orgulhosamente suas condecorações, jovens em seus corações de veteranos e ex-combatentes.

Aos integrantes e direção deste laborioso Clube, em nome do exército Brasileiro, de oficiais e praças, que temos o privilegio de servir no quartel general e sessão de base, o aplauso sincero por haverem promovido esta reunião evocativa dos feitos da Forças Armadas Brasileiras na segunda guerra mundial.

Aos estimados veteranos da Forças Expedicionária Brasileira, aos ex combatentes de terra, mar e ar, a mensagem dos soldados de hoje de que nós sempre aprendemos nas paginas das história que eles escreveram.

Permaneçamos pois, Campos-Altenses, companheiros rotarianos e os soldados de hoje firmes na fé que as gerações, que sucedem aos vitoriosos de 8 de maio de 1945 amam, como eles, o País do verde mais belo, dourado mais amarelo, do azul mais cheio de luz, cheio de estrelas prateadas, que se ajoelham deslumbradas fazendo o sinal da cruz.

Preservemos a terra de Santa Cruz plena da liberdade que nossos pracinhas defenderam para nós.

Parabéns ! Que Deus sempre nos abençoe e proteja. Muito Obrigado.


(*) Pronunciamento de Leônidas Macedo Filho na reunião do Rotary Club de Campos Altos em 10/05/07. (Texto adaptado à Canção do Expedicionário de Guilherme de Almeida).

O Autor é Tenente da Reserva do Exército Brasileiro, contador, comerciante, fazendeiro, Ex combatente da FEB na Segunda Guerra Mundial, Ex Presidente dos diretórios municipais da UDN e PDS, Presidente Fundador e Primeiro eleito do Rotary Club de Campos Altos, Ex Vereador, Ex- Presidente da Câmara Municipal e Ex Prefeito Municipal de Campos Altos.

LMF - FEB - Relação de Comandantes

RELACÃO DAS UNIDADES QUE ESTEVE SUBORDINADO
NOME E POSTO DOS COMANDANTES OU CHEFES

SUPREMO COMANDANTE ALIADO NA EUROPA:
GENERAL ( 5 ESTRÊLAS ) - DUIGHT EISENHOWER (U. S. A.) ;

15° GRUPO DE EXÉRCITOS ALIADOS:
CTE. MAL.DE CAMPO HAROLD RUPERT LOFRIC GEORGE ALEXANDER (ENGLAND) ; CTE. TENENTE GENERAL MARK WA YNE CLARK (U. S. A. ) ;

5° EXÉRCITO DOS ESTADOS UNIDOS:
CTE. TENENTE GENERAL MARK WA YNE CLARK ; CTE. TENENTE GENERAL LUCIAN K. TRUSCOTT ;

4° CORPO DE EXÉRCITO DOS ESTADOS UNIDOS: MAJOR GENERAL WILL YS DALE CRITEMBERGER ;

FEB - FORÇA ESPEDICIONÁRIA BRASILEIRA E 18 DIVISÃO DE INFANTARIA: CTE. GENERAL DE DIVISÃO JOÃO BATISTA MASCARENHAS DE MORAIS;

ESTADO MAIOR GERAL:
ESTADO MAIOR DA 18 DIVISÃO DE INFANTARIA: CHEFE: CORONEL FLORIANO DE LIMA BRYNER

TROPA ESPECIAL:
CTE.DO QG.E DA TROPA ESPECIAL
TENENTE CEL. ARMANDO DE MORAIS ÂNCORA;

COMPANHIA DO QUARTEL GENERAL:
CTE. CAPITÃO TÁCITO TEÓFILO GASPAR DE OLIVEIRA;

SERVIÇO DE INTENDÊNCIA DA 18 D.I.E:
CHEFE: CEL. INT.DE EXÉRCITO - FERNANDO LAVAQUIAL BIOSCA;
AJUNTO: MAJOR INT. DE EXÉRCITO - LOURIVAL CAMPELLO;
CHEFE DA SECÇÃO CLASSE 11 e IV: CAP. INT.- HELENO SOARES CASTELAR

LMF - FEB - Canção do Expediconário

CANÇÃO DO EXPEDICIONÁRIO

Letra : Guilherme de Almeida

Música : Spartaco Rossi

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Você sabe de onde eu venho? Venho do morro, do Engenho, Das selvas, dos cafezais, Da boa terra do coco, Da choupana onde um é pouco, Dois é bom, três é demais, Venho das praias sedosas, Das montanhas alterosas, Dos pampas, do seringal, Das margens crespas dos rios, Dos verdes mares bravios Da minha terra natal.

Por mais terras que eu percorra, Não permita Deus que eu morra Sem que volte para lá; Sem que leve por divisa Esse "V" que simboliza A vitória que virá: Nossa vitória final, Que é a mira do meu fuzil, A ração do meu bornal, A água do meu cantil, As asas do meu ideal, A glória do meu Brasil.

Eu venho da minha terra, Da casa branca da serra E do luar do meu sertão; Venho da minha Maria Cujo nome principia Na palma da minha mão, Braços mornos de Moema, Lábios de mel de Iracema Estendidos para mim. Ó minha terra querida Da Senhora Aparecida E do Senhor do Bonfim!

Por mais terras que eu percorra, Não permita Deus que eu morra Sem que volte para lá; Sem que leve por divisa Esse "V" que simboliza A vitória que virá: Nossa vitória final, Que é a mira do meu fuzil, A ração do meu bornal, A água do meu cantil, As asas do meu ideal, A glória do meu Brasil.

Você sabe de onde eu venho? E de uma Pátria que eu tenho No bojo do meu violão; Que de viver em meu peito Foi até tomando jeito De um enorme coração. Deixei lá atrás meu terreno, Meu limão, meu limoeiro, Meu pé de jacarandá, Minha casa pequenina Lá no alto da colina, Onde canta o sabiá.

Por mais terras que eu percorra, Não permita Deus que eu morra Sem que volte para lá; Sem que leve por divisa Esse "V" que simboliza A vitória que virá: Nossa vitória final, Que é a mira do meu fuzil, A ração do meu bornal, A água do meu cantil, As asas do meu ideal, A glória do meu Brasil.

Venho do além desse monte Que ainda azula o horizonte, Onde o nosso amor nasceu; Do rancho que tinha ao lado Um coqueiro que, coitado, De saudade já morreu. Venho do verde mais belo, Do mais dourado amarelo, Do azul mais cheio de luz, Cheio de estrelas prateadas Que se ajoelham deslumbradas, Fazendo o sinal da Cruz !

Por mais terras que eu percorra, Não permita Deus que eu morra Sem que volte para lá; Sem que leve por divisa Esse "V" que simboliza A vitória que virá: Nossa vitória final, Que é a mira do meu fuzil, A ração do meu bornal, A água do meu cantil, As asas do meu ideal, A glória do meu Brasil.

LMF - FEB - Atuação da FEB na Itália

MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA-GERAL DO EXÉRCITO
CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO DO EXÉRCITO (C DOC EX/1973)

A ATUAÇÃO DA FEB NA ITÁLIA


Cumpriremos a tarefa de dissertar sobre os feitos da FEB nos campos da Itália, dividindo nossa palestra em quatro tópicos.
Inicialmente, veremos os Pródromos da Guerra. A seguir abordaremos a Organização da FEB, para passarmos à atuação de nossa Força nas quatro fases por ela vividas em solo italiano. Daremos um destaque especial aos combates de MONTE CASTELO e MONTESE para, finalmente, concluirmos.

A) PRÓDROMOS DA GUERRA
Ao final da década de 30, ideologias totalitárias se expandiam pela Europa.
Hitler denunciou os Tratados de Locarno e Versalhes, tachando-os de “diktat” – “ditado” e não tratado; e, sentindo-se espoliado em terras e em soberania, levantou a Alemanha para a derrubada daqueles Protocolos. Em seis anos de poder, de 1933 a 1939, preparou a nação germânica para a Guerra. Recuperou a Renânia e anexou a Áustria e os sudetos da Tchecoslováquia. Assinou com Stalin, em 1939, um pacto de não agressão e invadiu a Polônia através do corredor de Dantzig.
Os Aliados, após fracassadas as gestões diplomáticas, declararam guerra à Alemanha.
Em 1940, os alemães desfecharam a ofensiva aos Países Baixos que se renderam, contra a França que capitulou e à Inglaterra que sofreu sistemáticos ataques aéreos.
Ao tempo dessas ações, a Itália de Mussolini aliou-se à Alemanha e desencadeou operações militares contra a Grécia e a África. O Japão, em 1941, atacou a base norte-americana de Pearl Harbor, fazendo com que os EEUU, até então neutros, participassem do conflito.
Em vista do Tratado de Havana, de 1930, o Brasil solidarizou-se com os EEUU – país das Américas que havia sido atacado e rompeu relações com o Eixo.
Diante dessa atitude, não levou muito tempo para sofrermos as represálias do inimigo. Em sete meses, pagávamos o preço da solidariedade continental, hipotecada por força de Tratado: foram afundados 19 navios brasileiros, particularmente ao longo de nosso litoral. 740 vidas foram ceifadas, sem declaração de guerra, pelos torpedos de submarinos inimigos. O clamor público se fez sentir em todo um país de 40 milhões de habitantes, fruto de uma comoção generalizada.
Assim, é declarado, em 22 de agosto de 1942, o estado de guerra contra os países do Eixo, quando os exércitos inimigos venciam na África, Europa e Ásia, com os nazistas ameaçando Moscou. Estávamos em guerra...
Mister se faz, para que possamos compreender o esforço hercúleo dispendido pelo Brasil, naquela época, que recordemos o que era o nosso País quando da declaração do estado de beligerância.
Deixemos a palavra com o Gen Octávio Costa que escreveu, em 1975, valioso livro sobre a FEB, de título: “Trinta Anos Depois da Volta”:
“O Brasil continuava sendo o eterno país do futuro. Éramos uma nação extremamente pacifista, cujo Exército havia disparado seu último tiro, em 1870, nos campos do Paraguai. Desde o início da década de 20, aqui estava uma operosa Missão Militar Francesa, que montara, no Exército, o admirável sistema de ensino militar que responde pelo excelente nível cultural de nossos oficiais.
A organização, os regulamentos, os processos de combate, a doutrina, afinal, era francesa, fortemente impregnada de conceitos defensivos.
O armamento, de diferentes procedências. Os canhões eram alemães e franceses, Krupp ou Schneider 75, fuzil Mauser 1908, morteiro Brandt, Mtr Madsen ou Hotckiss – quase tudo viera da Europa, salvado na Guerra de 18. A Marinha de Guerra limitava-se quase exclusivamente, aos velhos e obsoletos encouraçados “Minas” e “São Paulo” e a Aeronáutica, ainda vinculada às forças de terra e mar, mal começava a nascer.
Esse era o Brasil de antes da guerra, contemplativo e pobre, pessimista e preguiçoso, inquieto e contraditório, marcado de preconceitos e complexos, às vezes visionário, quase sempre Jeca Tatu”.
Foi nesse quadro, nada alentador, que recebera nosso País a incumbência de preparar um Corpo de Exército de 60.000 homens (a 3 Divisões de Infantaria) para envio ao TO europeu e de continuar apoiando seus aliados, por meio de matérias primas e da utilização de bases aéreas, particularmente as do Nordeste – tão vulnerável após a conquista do Norte da África, pelos alemães.
Célere, 180.000 homens são mobilizados para a guerra. O saliente nordestino, em vista de sua grande vulnerabilidade, é densamente mobiliado por Unidades recém-criadas.
As dificuldades são enormes. Das três divisões de Infantaria anteriormente cogitadas, nosso País consegue armar e adestrar, a duras penas, somente uma Divisão.
Os agentes da quinta-coluna desencadearam violenta campanha contra a FEB. Eram tempos de super-valorização do que era alienígena – tempos de se cantar tangos e boleros, de se admirar o que era francês e norte-americano. Nos estados sulinos existiam quistos raciais, favorecendo as ações pangermanistas. Havia cidades em que até o ensino era ministrado em alemão. O Reich Nazista estimava contar, no Brasil, com novecentos mil simpatizantes de sua ideologia... Tudo isso facilitava a propaganda contra a FEB. Diziam que era mais fácil uma cobra fumar do que a FEB partir.
Mas a reação brasileira não se fez esperar: a própria cobra fumando, mote do desdém de apátridas, foi o símbolo de nossa tropa. O grande vate Guilherme de Almeida que já cantara em versos a terra paulista e a sua Bandeira, além da Revolução Constitucionalista de 1932, compôs a letra da “Canção do Expedicionário”, miscelânea de versos e trechos de autores nacionais de renome e das modinhas de então.
Foi finalmente constituída a Força Expedicionária Brasileira, para o desagravo da honra nacional e, em 09 Ago 43, era fixada a seguinte Organização:


B) ORGANIZAÇÃO DA FEB
- CMDO E EM: GEN DIV JOÃO BAPTISTA MASCARENHAS DE MORAES
- INFANTARIA DIVISIONÁRIA: CMDO E EM/ID GEN BDA EUCLIDES ZENÓBIO DA COSTA
1º RI – RJ
6º RI – CAÇAPAVA –SP
11º RI – SÃO JOÃO DEL REI – MG
- ARTILHARIA DIVISIONÁRIA: CMDO E EM/AD: GEN BDA OSWALDO CORDEIRO DE FARIAS
1º ROAR – RJ
1º GOAR – RJ
1ª/1º RA – RJ
2º ROAR – SP/SP
- ÓRGÃOS DIVISionários: COMDO E EM: GEN BDA OLÍMPIO FALCONIÈRE DA CUNHA
Esqd Rec Mec – RJ
Esquadrilha de Ligação e Observação da FAB – RJ (não confundir com o 1º G Av Caça do 350º G Av C – NA)
9º BECmb de Aquidauana – MT
1º BS – RJ
1ª Cia Transmissões – RJ
Tropas Especiais: Banda de Música, PE, etc
Efetivo total: 25.334 homens, (RJ: 6.094 h – SP: 3.889 h – MG: 2.947 h – Est RJ: 1.942 h – RS: 1.880 h – PR: 1.542 h – SC: 956 h – BA: 686 h – MT: 679 h – PE: 651 h – CE 377 h. Outros estados: menores efetivos, computados ainda, 25 capelães, 28 funcionários do Banco do Brasil e 67 enfermeiras.

C) Passemos agora à atuação da FEB, 3º Tópico de nossa palestra:
- Em 02 Jul 44, transportou-se, por via marítima, o primeiro escalão expedicionário; em 22 Set, partiu o 2º; em 23 Nov, o 3º, para, em 08 Fev 45, seguir a última leva de tropas, em 2 outros escalões.
Na Península Itálica quatro fases caracterizaram a nossa atuação:
1ª fase: Operações no vale do rio SERCHIO
2ª fase: Operações no vale do rio RENO
3ª fase: Operações no vale do rio PANARO
4ª fase: Operações de perseguição ao S do Rio PÓ.
À chegada do primeiro escalão, foi constituído o Dst FEB, que é, de imediato, engajado na frente de combate, no vale do rio SERCHIO.
O XV Grupo de Exércitos Aliados, composto pelo V Exército norte-americano e VIII inglês, vinha desde a Sicília, Sul da Itália, empurrando os alemães para o Norte. Estes, articulados em 3 Exércitos (o X, o XVI e o Exército da Ligúria) se instalam defensivamente na chamada “Linha Gótica”, uma frente de cerca de 280 Km, do Mar Tirreno ao Adriático, tendo como ponto forte as alturas que dominavam BOLONHA. O objetivo estratégico era o de liberar, antes da chegada do inverno, o norte italiano, fazendo-se junção com as tropas que operavam na França. Entretanto, a ofensiva é detida, porquanto são retirados do V Exército, sob comando do qual iria a FEB atuar, o VI Corpo de Exército (três Divisões de Infantaria) e o Corpo Expedicionário Francês (sete Divisões) para serem empregados na frente francesa, que era, assim, substancialmente reforçada, após o desembarque aliado na Normandia. Havia já três meses que americanos e ingleses acometiam sem sucesso BOLONHA – acidente capital da defensiva alemã. BOLONHA resistia e, em ferozes contra-ataques, as tropas alemãs infligiam as mais severas perdas, aos V Ex A e VIII inglês. Criou-se o mito da inexpuguabilidade da linha Gótica.
Nosso Destacamento chegou nessa fase crítica da guerra e se incorporou ao IV Corpo de Exército, sob o comando do Gen Willis Crittenberger, subordinado ao então desfalcado V Exército N.A., sob o comando do Gen Mark Clark.
Assim, como se pode concluir, é bem verdadeiro o que disse o Gen Mascarenhas de Moraes em seu livro “A FEB pelo seu Comandante”: “Para os que não sabem avaliar o esforço da FEB, pois não se situaram, como nós, na mais cruenta frente de batalha da Europa Ocidental, só posso dizer uma coisa: a FEB não teve um só dia de descanso, em sua campanha na Itália”.
- Na primeira fase de sua atuação (de 15 Set a 30 Out 44) no vale do rio SERCHIO, o Dst FEB (6º RI, 2º/1º ROAR, 9º BECmb e Tropas diversas), logo foi empregado. Sua missão era cerrar sobre os postos avançados da Linha Gótica, substituindo tropas norte-americanas.
Nossa primeira vitória se deu em CAMAIORE, a 18 Set. A 26 Set, atingíamos Monte Prano. Daí até 30 Out 44, conquistou o Dst FEB inúmeras vilas e cidades como Massarosa, Monte Acutto, Fabriche, Fornaci, Gallicano, Barga e San Quirico.
Foi um avanço de 40 Km onde foram efetuados 208 prisioneiros. Eram os primeiros feitos gloriosos.
- Passaria a FEB à segunda fase das operações no vale do rio RENO. Foi a mais terrível fase da campanha expedicionária. Cerrávamos sobre os contra-fortes dos bastiões de Belvedere, Monte Castelo e Castelnuovo. Não fosse a culminância de Monte Castelo conquistada, seria impossível às forças do IV Corpo Ex prosseguirem em direção à Bolonha, grande desafio do XV Grupo Exércitos. Era objetivo dos aliados liberar Bolonha, antes do cair das primeiras neves. Entretanto, tal objetivo só se concretizaria se fosse utilizada a Rv 64, barrada em 32 Km, pela linha de alturas, de posse dos alemães: Monte Della Torraccia – Belvedre, Mazzancana, M. Castello (ponto culminante), Torre di Nerone – Castelnuovo.
Assim, em 24 Nov, foi dada a missão de conquistar as elevações de Monte Belvedere – Monte Castello, à Task Force 45 do Exército americano, que recebeu um Batalhão do 6º RI, o Esqd Rec Mec e apoio da Art.
O inimigo, superiormente instalado, repeliu este ataque. Nova tentativa é feita no dia seguinte, 25 Nov, com êxito parcial pois apenas Monte Belvedere foi conquistado pelos N.A.
O terceiro ataque foi planejado para o dia 29 Nov – apenas quatro dias depois dos primeiros insucessos. Tal ataque a Monte Castello seria de inteira responsabilidade da 1ª DIE. Foi organizado um Grupamento composto de 3 batalhões brasileiros (I/1º RI, 3º/11º RI e 3º/6º RI), com apoio de 3 Grupos de Artilharia (2 brasileiros e um norte-americano) sob o comando do Gen Zenóbio da Costa.
Apesar do primoroso planejamento, fato inesperado ocorreu a 28 Nov, véspera do ataque: a 232ª DI alemã contra-ataca vigorosamente e desaloja a Task Force 45 de Belvedere.
Estaríamos com o flanco terrivelmente exposto. Entretanto é dado ordem para, assim mesmo, o ataque ser desencadeado. As condições climáticas e meteorológicas daquele 29 Nov não poderiam ser piores: chovia intensamente e o céu encoberto e a lama não permitiam o uso da Força Aérea e dos carros de combate, como combinado. Às sete da manhã iniciava-se a ofensiva. No final da tarde, após feroz contra-ataque inimigo, nossas tropas retrocederam às posições iniciais.
As condições adversas decorrentes do flanco exposto de Belvedere permaneciam. Apesar de ponderações do Cmdo da 1ª DIE, é lacônica a resposta escrita do Gen Crittenberger: “Cabe à 1ª DIE capturar e manter a crista do Monte Della Torracia – Monte Belvedere”.
Assim, a 12 Dez 44, investem ao assalto dois batalhões do 1º RI e dois do 11º RI apoiados por três Grupos de Artilharia.
Outra vez a chuva persistente, inviabilizando o emprego da aviação, o frio, o lamaçal escorregadio, impedindo o emprego de carros e, principalmente, o nutrido fogo inimigo partido do flanco exposto, fadam ao insucesso mais essa tentativa de nossas Forças.
Iniciam-se as nevadas e há estabilidade em toda frente. O plano de libertar Bolonha antes da caída da neve, esboroara-se.
Há frustração na 1ª DIE. Entretanto, o IV Corpo de Exército, finalmente se convence de que só com proteção de flanco e forte apoio de fogo, a 1ª DIE lograria êxito.
Setenta dias se passaram desde o malogro do quarto ataque a Monte Castello.
Outra vez é a 1ª DIE empregada. Desta feita à 10ª Div Montanha–NA é dada a missão preliminar de conquistar Belvedere e Mazzancana (que foi bombardeada pelos aviões do 1º G Av C da FAB) enquanto à 1ª DIE coube a conquista de M. Castelo – Torre Di Nerone – Castelnuovo.
Em 19 Fev, é desencadeada a ofensiva da 10ª Divisão de Montanha que, no dia seguinte, conquista Belvedere, Gorgolesco e Mazzancana e se prepara para o prosseguimento, em 21 Fev, sobre Mº Della Torracia, concomitantemente com o ataque brasileiro. Estava assim desimpedido, o terrível flanco W da FEB. A 1ª DIE investiria o até então inexpugnável Monte Castelo.
- 05:30 da manhã de 21 Fev 45: a 1ª DIE atacaria com o 1º RI desenvolvendo a ação principal, secundado pelo II/11º RI, com o apoio de toda a artilharia brasileira. Em reserva, o 11º RI (-), o Esqd Rec Mec e demais tropas de apoio. O 6º RI em defensiva face a Torre di Nerone e Castelnuovo, que só poderiam ser atacados após a conquista de Castello, em face da vulnerabilidade de flanco e da dominância daquela elevação.
Eram 17h 30 mim de 21 Fev... Na vanguarda, os 1º e 3º/1º RI têm a glória de ver a cor dos olhos do inimigo: é atingido o topo de Monte Castelo, após 12 horas de batalha e 3 meses de ingentes esforços que nos roubaram 263 preciosas vidas e nos fizeram mais de um milhar de feridos.
Era o momento mais emocionante da FEB. A vitória contra as tropas alemãs significava a glorificação do soldado brasileiro.
Em 24 Fev, o 2º/1º RI em impetuosa ofensiva iniciada no dia anterior, conquista La Serra, enquanto a 10ª Div Montanha conquista Della Torracia.
Mas a missão da FEB, nessa fase, não terminara. Restava o inimigo em Torre Di Nerone e Castelnuovo.
Após a consolidação de Castello, Della Torracia e La Serra, ao meio dia de 05 Mar 45, o 6º RI, secundado pelo 11º RI (-), lança-se ao ataque, conquistando, às 19 horas do mesmo dia, as elevações de Nerone e Castelnuovo.
Era a apoteose da FEB: estava quebrada a continuidade da Linha Gótica... A 10ª DM e a 1ª DB do IV Corpo de Exército puderam finalmente, utilizar a Rv 64 para desfechar o golpe final sobre Bolonha, já se deslocando por aquela Rv no dia seguinte à queda de Monte Castello.
- Analisando-se com imparcialidade a atuação brasileira em Monte Castello, pode-se concluir que se prevalecesse a idéia, sempre sustentada pelo Gen Mascarenhas, de que aquela elevação só poderia ser conquistada com a devida proteção de flanco, o terrível monte estaria nas mãos dos aliados, desde novembro de 1944 e, talvez, a vitória aliada na Europa tivesse se antecipado. São os fados da História...
Os ataques mal sucedidos da 1ª DIE, contra um adestrado inimigo, devem ser creditados mais, no dizer do Cmt FEB, a inflexíveis decisões do IV Corpo de Exército do que ao valor profissional do soldado brasileiro – que deu o máximo de si em todas as situações vividas.
A 3ª fase da atuação da FEB, após as conquistas de Castelo, La Serra, Torre di Nerone e Castelnuovo, seria o prosseguimento para o N, a fim de operar no corte do rio PANARO.
- Em 14 e 15 Abr 45, os V Ex A e VIII inglês convergiram, com suas melhores tropas sobre BOLONHA, objetivo estratégico do XV Grupo de Exércitos, o qual veio a cair, finalmente, em 21 Abr 45.
- Em 14 Abr 45, nossa Divisão recebe a missão de atacar as elevações ao Norte de CASTELLO dentre as quais MONTESE, Cota 888 e MONTELLO.
- Nas ações preliminares para a operação, morreu em combate, o campeão das patrulhas, o bravo Sgt MAX WOLLFF FILHO.
- Montese era um maciço de 1.200m de altitude.
Os alemães empenhavam-se em manter a posse daquelas alturas, que eram de vital importância para eles.
- Eram 10 horas e 15 mim de 14 Abre 45, quando as primeiras patrulhas brasileiras foram lançadas, no justo momento em que a 10ª Div Montanha iniciava o ataque. O inimigo reagiu com violência, bombardeando toda a região, mas os nossos pelotões avançaram, apesar de tudo.
- Apenas o Pelotão do Ten ARY RAUEN, não conseguiu atingir o seu objetivo em face do violento fogo que sofreu e que ocasionou inúmeras baixas, uma das quais, a do bravo Tenente.
- O ataque propriamente dito se iniciou às 13 horas e 30 mim, precedido de compacta preparação de Artilharia e contando com o apoio de 1 Cia CC e 1 Cia Mrt Químicos americanos.
O Cmt do 1º Batalhão do 11º RI impulsionou a 1ª Cia Fzo através dos Pel dos Ten IPORAN e MALHEIROS.
A certo momento não mais se teve notícias do Pel IPORAN e eis que ele próprio anuncia pelo rádio que suspendessem os tiros de Art pois o Pel se encontrava no interior daquele “ninho de águias”, a 1.200 metros de altitude, que era a cidadela de Montese. Foi a euforia geral, pois já se supunha que o Pel tivesse sido desbaratado pelo inimigo. Antes de escurecer, Montese estava em nossas mãos.
Fôra um dura jornada em que os brasileiros enfrentaram as minas traiçoeiras e os mais violentos bombardeios de toda a Campanha, eis que Montese recebera mais granadas de Art inimiga do que todo o restante da frente do 4º CEx. Capturamos 107 prisioneiros e o Gen Crittenberger, assim se pronunciou sobre a vitória brasileira: “Na jornada de ontem, só os brasileiros merecem as minhas irrestritas congratulações; com o brilho de seu feito e seu espírito ofensivo, a Divisão Brasileira está em condições de ensinar às outras, como se conquista uma cidade”.
- Eis aí, sras. e srs., em rápidas e imperfeitas pinceladas, a epopéia de Montese, que, repetimos, foi a mais sangrenta batalha travada por nossa Força Expedicionária.
Nessa 3ª fase não poderia haver perda de tempo e a DIE, célere, se deslocou para o N, em direção a Zocca, importante nó rodoviário. O inimigo retraía sempre e tentou defender as localidades de Marano e Vignola, inutilmente, pois a 23 Abr, elas estavam de posse da 1ª DIE. As populações dessas cidades confraternizaram-se com os nossos soldados.
- A quarta fase, com o inimigo já batido e em desabalada fuga, deu-se ao Sul do rio Pó. Foi a perseguição, desenvolvida na direção geral Vignola – Alexandria.
Em 27 Abr, nossa DIE chocou-se com resistências inimigas em Collechio – Fornovo – Respicio, e em duplo envolvimento, inicia o cerco às tropas alemãs. Combateu-se durante toda a noite de 27/28 Abr. Em 29 Abr, o Cmt do 6º RI confiou ao vigário de Neviano di Rossi a incumbência de levar um “ultimatum” de rendição incondicional aos alemães. Uma hora após chegou a resposta alemã que nada definia. Então, o Cmt do Regimento dicidiu atacar, com um Dst composto por tropas dos 3 RI da DIE, o que foi feito durante toda a tarde e primeira parte da noite de 29 Abr, com o apoio da Artilharia Divisionária. Às 22 horas, bandeira branca em punho, apereceu o Chefe do EM/148 DI alemã e uma escolta. Era a rendição. Amanhecia o dia 30 Abr, quando surgiu o grosso da Divisão e remanescentes das 90ª Divisão Panzer Granadier e Bersaglieri Itália, ao comando do Gen Otto Fretter Pico, acompanhado de 31 oficiais de seu Estado-Maior. O Cmt, escoltado pelo Gen Falconière da Cunha, foi encaminhado ao QG do V Exército Americano.
- A história, naquele momento, registrava fato ímpar: a rendição, em combate, de “super-homens” nazistas à única tropa sulamericana presente no TG europeu. Aprisionamos 14.779 homens, 4.000 animais, 2.500 viaturas, além de grande quantidade de armamento e equipamento.
Mas a FEB prosseguiu em seu avanço. A perseguição e limpeza do vale do rio Pó foram aceleradas. A 30 Abr, foi ocupada a região da Alexandria e feita junção com a 92ª Divisão do Exército NA. A 1º Maio, após ultrapassar a cidade de TURIM, outra junção é realizada com tropas francesas em Susa.
Estava praticamente finda e bem cumprida a missão. Daí para frente, tivemos os trabalhos de ocupação, até 03 Jun 45, quando a tropa se deslocou para o S Itália, onde aguardaria seu regresso ao Brasil.
Encerrava-se, com glória, uma das mais brilhantes páginas de nossa história militar. Completava-se o memorável périplo descrito por brasileiros em terras do Velho Continente... Perdêramos em combate 451 militares; 1.577 homens foram feridos, 1.145 acidentados, 58 extraviados e 35 feitos prisioneiros, em 239 dias de empenho diuturno.
Muito já foi dito sobre o que significou a FEB em termos de renovação de costumes e de desenvolvimento, em todos os campos do Poder Nacional.
De seus quadros saíram um Presidente (Castello Branco), um Vice-Presidente (Adalberto Pereira dos Santos), um Presidente do Senado (Paulo Torres), quatro governadores (Cordeiro de Farias, Paulo Torres, Emílio Ribas e Luiz Mendes da Silva), treze Ministros de Estado (Zenóbio da Costa, Cordeiro de Farias, Amaury Kruel, Segadas Viana, Nelson de Melo Moraes Ancora, Ademar de Queiroz, Lyra Tavares, Albuquerque Lima, Dale Coutinho, Hugo Abreu, Belfort Bethlehem e Celso Furtado) além de outros destacados políticos, militares, homens públicos, etc.

D) Sras. e srs, concluamos:
Antes das batalhas diziam os legionários romanos: “Ad Sumus, Sursum Corda”! Aqui estamos, corações ao alto! Sim, corações ao alto pois a hora é de alegria pela comemoração do 60º aniversário da participação da FEB, na 2ª GM, mas também é hora de tristeza, hora de lembranças, de memória, de veneração a bravos, de prece.
Lembremos-nos de heróis: do Asp Francisco Mega, gritando, moribundo, a seu pelotão: “minha vida nada vale – prossigam na ação”!; do Sgt Max Wollf – o campeão das patrulhas, morrendo ao dar o exemplo, à frente de seu grupo de combate, ao partir num lanço, desassombradamente em direção ao inimigo; dos três soldados: Geraldo Rodrigues de Souza, Arlindo Lúcio da Silva e Geraldo Baeta da Cruz, do 11º RI, em Montese, que desgarrados de uma patrulha, foram mortos e enterrados pelo inimigo, que fincou uma cruz com os seguintes dizeres em alemão: “Três Heróis Brasileiros”.
Muitos não retornaram. Partiram jovens e idealistas para a luta do Bem contra o Mal. Quis Deus, entretanto, que ficassem nos campos escarpados da Itália, no cumprimento do dever, fardados, coturnos calçados, deixando como testemunhos de acendrado patriotismo, seus corpos inermes.
Em Pistóia, centenas de cruzes brancas, durante longo tempo, assinalaram, em solo europeu, a presença de heróis brasileiros. Porém, os restos mortais desses heróis retornaram à Pátria, em 1960, e estão sepultados, com toda veneração e carinho, em terras brasileiras, “ad perpetuam rei memoriam”, no Monumento aos Mortos da II Guerra Mundial, no Rio de Janeiro.
A câmara fúnebre desse monumento abriga 468 jazigos de mármore preto nacional com tampas de mármore branco de Carraca, com a gravação do nome, da graduação ou posto, unidade, data de nascimento e morte daqueles bravos. Quinze jazigos não possuem dados de identificação, pois se referem a desaparecidos e a mortos não reconhedidos. Escrito lá está: “Aqui jaz um herói da FEB – Deus sabe o nome”.
E aos que retornaram, nosso preito de gratidão, ao recordarmos as palavras do Mar Mascaranhas de Moraes: “Regressamos com feridas ainda sangrando dos últimos encontros, mas nunca, pela nossa atuação, prestígio e nome do Brasil periclitaram ou foram comprometidos”.
E, minhas sras, e srs.: cultuar o passado na glorificação dos que mais lidaram por encher os anais da pátria de cintilações astrais, não é apenas ação louvável: é dever precípuo de todo povo que aspira a se fazer merecedor da reverência e da admiração do mundo.
Quando um povo entra a esquecer, nos prazeres fugacíssimos da vida, dos vultos mais salientes, das figuras mais relevantes, dos varões mais respeitáveis de seu passado, dos que mais se sublimaram pelo saber, pela santidade, pelo heroísmo ou pelo martírio, ninguém deve maravilhar-se de vê-lo, um dia, desagregado, desvirilizado, desacreditado, e, ainda por maior desdita, escravizado pelos outros povos. É a lição triste da História, a mestra da vida, a mestra das mestras...
Assim, máxime nos dias hodiernos, na convicção de possuirmos um Exército invicto, orgulhemo-nos de nossa Força Expedicionária, que soube aos olhos do mundo, ser a lídima herdeira das gloriosas tradições vindas dos Guararapes e a nós legadas por Caxias e tantos outros maiores de nossa História Militar.
Muito obrigado!


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MANOEL SORIANO NETO - Cel Inf QEMA
Chefe do C Doc Ex

LMF - FEB - Histórico Pessoal

HISTÓRICO DO EX COMBATENTE DA FEB NA II GUERRA MUNDIAL
2º SARGENTO LEÔNIDAS MACEDO FILHO

Dados Pessoais:

LEÔNIDAS MACEDO FILHO, nascido em Candeias-MG em 20-03-21, filho de Leônidas Macedo e Julieta Lamounier Macedo, viúvo de Maria de Lourdes Macedo. Pai de Márcio Macedo, Marcelo Macedo, Ricardo Macedo e Maysa Macedo. Avô de Ricardo Pimentel Resende Macedo, João Victor Pimentel Resende Macedo, Luisa Macedo Nalin e Henrique Macedo Nalin. Herói, ex-combatente da 2ª Guerra Mundial, comerciante pioneiro na cidade de Campos Altos, político (ex-presidente de diretórios municipais de partidos políticos UDN e PDS, ex-vereador,ex- presidente da Câmara Municipal e ex-prefeito de Campos Altos), fazendeiro, residente e domiciliado em Campos Altos desde 1949.

Histórico das Atividades:

Em 01-03-41, devido à falta de oportunidades de emprego, condições de estudar, para obter certificado de reservista e aprender alguma atividade, Leônidas Macedo Filho se apresentou voluntariamente e foi admitido para cumprir o serviço militar no 11º R.I na cidade de São João Del Rei - MG;

No final de 41, após conclusão dos cursos de cabo, contador regimental e datilógrafo, enquanto realizava o curso de sargento, foi designado para trabalhar na tesouraria daquela unidade. Devido à guerra irrompida na Europa, que alastrava pelo mundo e a possibilidade do Brasil entrar na mesma, o serviço militar obrigatório e voluntário, cujo tempo regular é um ano, foi prorrogado por tempo indefinido;

No início de 42, dada à aposentadoria ou reforma do titular, assumiu e exerceu até 01/07/44, quando embarcou para a guerra, o cargo de sargento contador da tesouraria do 11º RI. A função foi exercida inclusive quando aquela unidade foi deslocada (março de 1944) e estava concentrada no Rio de Janeiro;

Como naquela época ainda não havia agencia do Banco do Brasil em São João de Rei, para buscar o pagamento do pessoal do 11º RI, mensalmente o Sargento Leônidas Macedo Filho acompanhava o Capitão Tesoureiro Manoel Henrique Pontes a Juiz de Fora. O dinheiro em espécie era acondicionado em duas malas, a viagem efetuada de trem, na bitolinha até a Barbacena e em bitola larga até Juiz de Fora. Como o comércio local dependia muito dos recursos, todos na cidade sabiam exatamente quando haviam viajado e aguardavam ansiosamente o retorno daqueles militares;

Em 31-08-42 em resposta ao ultraje decorrente de covardes torpedeamentos de pacíficos navios da marinha mercante efetuado por submarinos Alemães, que matou mais de 600 pessoas, combinado com a revolta, pressão do povo e do governo dos EUA, que desejava montar base militar no nordeste, o governo brasileiro cedeu e através do decreto 10.358 declarou guerra a Alemanha e Itália;

A constituição e mobilização da tropa enviada ao teatro de operações de guerra foram difíceis e trabalhosas. Os jovens possuidores de melhores condições de saúde, discernimento, que estiveram à frente dos protestos, exigiram a entrada do Brasil na guerra, empregaram todos os meios e conseguiram se livrar da convocação. Ao contrário a grande maioria dos soldados, que atenderam o chamamento e defenderam a honra da pátria, foi constituída por jovens humildes, menos esclarecidos, oriundos do campo, das pequenas cidades e, que não possuíam padrinhos e influência política;

É importante ressaltar, que assim como em grandes outras cidades, no Rio de Janeiro mais de três milhões de pessoas participaram do desfile, que depredou bens de súditos do eixo e exigiu a entrada do País no conflito. Entretanto a grande maioria dos que protestaram não aceitou a convocação, contribuiu ou participou do esforço de guerra do Brasil;

Em meados de 43, como o exército Brasileiro havia abandonado o modelo de instrução militar Francês e adotado o Americano, cuja organização não existia sargento contador, foi teoricamente transferido para a C.P.P-I ou antiga CM-I (Cia. de Metralhadora) -1º Pelotão de Morteiros. Entretanto, dado ao acúmulo de serviços e falta de pessoal qualificado não foi liberado e continuou na tesouraria, inclusive quando o 11º RI (março de 1944) estava concentrado no Rio de Janeiro;

Na manhã de 01/07/44 ou na véspera da partida do primeiro escalão de embarque (02/07/44), finalmente foi liberado. O Capitão Tesoureiro Manoel Henrique Pontes, no entanto ainda prestou verbal e sigilosamente a seguinte informação: Além do 6º, que já estava embarcado, naquela tarde o 1º Pelotão de Morteiros da CPP-I ou CM-I, ao qual oficialmente pertencia o 3º sargento Leônidas Macedo Filho e a 4ª Cia. também do 11º R.I, complementariam a lotação do navio;

Apesar da enorme curiosidade e expectativa de todos, contra a vontade do general Zenóbio, que desejava enviar inicialmente o 1º RI, na última hora foi decidido pelo comando da FEB, que o 6º RI, por já estar mais preparado, deveria seguir no primeiro escalão de tropas;

Para garantir o sigilo, segurança e dissimular a operação foram colocados em prática vários recursos, que despistaram e ao final confundiram inclusive os que participaram do esquema. Inicialmente foram alimentados dúvidas acerca dos elementos que deveriam integrar o 1º escalão de embarque. Logo a seguir foram constituídos três grupamentos táticos de treinamento, formados respectivamente por cada um dos três regimentos componentes da 1ª D.I.E. (1º, 6º e 11º RI) e previamente anunciados a data e local dos treinamentos de cada;

Às 20h00min de 29 e 30/06/44 foi iniciada a movimentação e enquanto os grupamentos 1 e 3 embarcaram para os destinos programados (Santa Cruz e Recreio dos Bandeirantes), o grupamento 2 não foi para Nova Iguaçu. Sob comando do General Euclides Zenóbio da Costa, sete composições sucessivas partiram do Morro do Capistrano na Vila Militar, sem escalas, com as luzes apagadas e janelas fechadas, diretamente para o Cais do Porto, cuja área de embarque já havia sido com antecedência totalmente evacuada e isolada pela polícia;

Antes da partida do navio “General Mann”, que estava atracado no armazém número 2 do Cais do Porto, às 23h30min de 30/06/44, para assistir a delicada operação de guerra, que pela primeira vez era realizada no Brasil, prestigiar e despedir da tropa, Getúlio Vargas compareceu a bordo. O Presidente estava acompanhado dos Generais Eurico Gaspar Dutra e Firmo Freire, respectivamente Ministro da Guerra e Chefe da Casa Militar;

Diante de impossibilidade de fazê-lo pessoalmente a cada um dos 5.075 homens embarcados, no salão nobre do navio o Presidente da República utilizou o microfone de bordo, desejou uma feliz viagem e assim concluiu: É sempre uma glória lutar pela Pátria e por um ideal. O Governo e o povo do Brasil vos acompanham em espírito na vossa jornada e vos aguarda cobertos de glória;

Aos próprios soldados, que embarcaram, assim como à polícia e demais participantes do esquema de segurança, foi informado, que haveria apenas um exercício ou treinamento de embarque, conhecimento e adaptação ao navio de transporte de tropas;

Pelas circunstâncias, talvez tenha sido o sargento Leônidas Macedo Filho um dos únicos “praças” ou não oficiais da FEB previamente informado que embarcaria naquela data. O privilegio decorreu da não liberação da tesouraria, que impossibilitou a apresentação em tempo à nova unidade e a não participação nos rotineiros exercícios, manobras e simulações de embarque. Assim não havia como embarcar o sargento na última hora, sem que o mesmo fosse avisado;

Além do que o sargento era desarranchado, ou seja, podia residir e alimentar fora do quartel. Então para buscar os pertences pessoais e deixar o quarto, que alugava em conjunto com outros militares em uma casa de família em Bento Ribeiro, recebeu permissão do Capitão Tesoureiro para deixar o quartel, utilizar e dirigir uma viatura do exército;

As 06h30min horas de 02-07-44, enquanto muitos soldados ainda imaginavam que apenas efetuavam treinamentos de embarque e desembarque, o navio transporte de tropas General W.A.Mann, começou a desatracar. Logo após a embarcação zarpou, cruzou a barra da baía de Guanabara e finalmente levou à guerra, a primeira força latina americana, que combateu em terras de ultramar;

Nos 14 dias de navegação em ziguezague para confundir o inimigo, vários soldados enjoaram e sentiram muito mal, inclusive em decorrência do excessivo calor. Durante o dia era permitido ficar no convés, porém com disciplina e sem poder atirar nada ao mar. A noite era obrigatório permanecer nos alojamentos, com as janelas fechadas e luzes apagadas. Entretanto em qualquer horário e local, inclusive para dormir, era obrigatório o uso do coletes salva vidas;

Diariamente havia exercícios de abandono do navio e simulação de combate antiaéreo, com freqüentes disparos de tiros de canhão de 420 mm, que interessavam muito a tropa embarcada, provocava enorme ruído e estremecia toda a embarcação. Apesar do enorme poderio bélico do próprio navio e eficiente cobertura da escolta constituída por várias embarcações de guerra e aviões, que dispunham inclusive de bombas de profundidade, a ameaça de submarinos e aviões inimigos era constante;

Durante a viagem, através de palestras, foi informado aos soldados, que o destinado poderia ser Oran, Argel ou Casablanca na África. Entretanto, quando o navio passou pelo estreito de Gibraltar, foi avistada e deixada para trás a costa da África. O que ensejou à conclusão que o destino seria outro mais adiante na Ásia ou Europa, talvez, Portugal, França ou como realmente foi à Itália;

Logo após Gilbratar foi avistado o vulcão Vesúvio, que estava em franca erupção. O magnífico espetáculo de lançamento de lavas incandescentes e fumaça foi privilegiadamente, ao vivo e a cores, assistido pelos embarcados. Dois ou três dias depois o navio atracou no Porto de Nápoles. Antes do desembarque, para receber, desejar boas vindas e cumprimentar o General Mascarenhas de Morais e os soldados brasileiros, subiram no navio, acompanhados de altos oficiais, o Tenente General Jacob L. Devers, comandante de todas as forças americanas no Teatro do mediterrâneo;

As primeiras cenas dos horrores e destruições da guerra, assim como a miséria do povo Italiano chocaram a maioria dos soldados brasileiros. No porto e cidade haviam navios semi-afundados somente com o mastro ou chaminé de fora da água, aviões caídos, incêndios, prédios destruídos, ruínas, assim como mal trajados famintos pedintes e vendedores. Entre outros produtos, eram oferecidos pequenos vidros, que segundo os vendedores continham cinzas do Vulcão Vesúvio;

Após o desembarque os soldados brasileiros caminharam até a estação ferroviária e embarcaram para o estacionamento de Agnaro, próximo ao subúrbio napolitano de Bagnoli. De lá caminharam até um bosque plantado na ampla cratera do vulcão extinto Astrônia, montaram as barracas e historicamente constituíram o primeiro acampamento militar Latino Americano na Europa;

O comando da FEB havia informado que os Alemães sistematicamente bombardeavam o Porto de Nápoles nas noites dos dias 15 e 30. Entretanto, como não havia ocorrido no dia anterior, muito provavelmente, o porto seria como realmente foi intensamente bombardeado naquela primeira noite dos soldados brasileiros na Europa.

Como o acampamento da FEB estava localizado em uma elevação, de onde poderia avistar o porto e a cidade, o nefasto espetáculo foi “privilegiadamente” assistido pelos soldados. Além do frio, a constante iluminação do céu e o ensurdecedor ruído provocado pelos aviões e explosões, assustou, provocaram muito medo e não permitiu que os ainda inexperientes soldados, dormissem naquela noite.

Ainda sem haver recebido quaisquer armamentos, vestimentas e equipamentos adequados, que permitisse ao menos a defesa, com receio, que o feroz ataque o atingisse, o jovem Sargento Leônidas Macedo Filho pela primeira e única vez na guerra, tremeu de medo e ficou muito assustado. Uma vez, que nem mesmo no cinema ainda haviam sido exibidas e vistas cenas tão pavorosas;

Cientes, que soldados brasileiros haviam desembarcado na Itália para lutar contra eles, os Alemães lançaram mão de todos os meios e artifícios de propaganda negativa, mas felizmente não conseguiram desencorajar a tropa. Com freqüência panfletos redigidos em português foram lançados sobre as posições Brasileiras e alertavam, que enquanto os jovens soldados haviam deixado o País e morreriam todos na guerra, os Americanos aproveitariam as delícias tropicais e tomariam conta do Brasil;

Em 26/07/44, através de ferrovia, foi iniciado o transporte do contingente até Littoria e daí, através de caminhões, em de território, que havia estado em poder do inimigo há menos de dois meses, até Tarquínia. Nesta localidade foi montado acampamento em encosta de onde podia ser avistado o Aeroporto e Campo de Planadores;

Na ocasião o Boletim do Quartel General da FEB anunciou que havia sido extintas e transformados em depósito de pessoal, as unidades do 11º RI, que já estavam na Itália, 4ª Cia. e 1º pelotão de morteiros da CPP-I, ao qual oficialmente pertencia o sargento Leônidas Macedo Filho. A informação ainda dava conta, da criação de unidades substitutas no Brasil e que as mesmas seriam integradas por novo pessoal;

Logo a seguir foram recebidas fartas dotações orgânicas necessárias para a guerra (armamentos, munições, vestimentas, veículos e equipamentos). O Sargento Leônidas Macedo Filho recebeu um fuzil Springfield, ainda na caixa, que passou a ser a arma pessoal dele;

O material restante pertencente à tropa brasileira, assim como parte do contingente, foi transportado via marítima, de Nápoles até Civitavecchia e Fornovo e destas localidades, em caminhões, até Tarquinia. Em 05/08/44 o primeiro escalão de embarque foi incorporado ao V Exército dos Estados Unidos;

No início de agosto de 1.944, por haver concordado em raspar os bigodes, o sargento Leônidas Macedo Filho integrou grupo de 10 sargentos do depósito de pessoal da FEB, escolhidos previamente para visitar Roma. Defronte a Basílica de São Pedro o grupo foi encontrado, cumprimentado e convidado para compor comitiva e acompanhar o Cel. encarregado de entregar ao Vaticano duzentas mil sacas de café ofertadas pelo Governo Brasileiro. O Cardeal chefe do serviço protocolar, no entanto alegou que as normas do Vaticano não permitiam que o Papa recebesse por vez além de sete pessoas;

O Cel. ponderou então, que os militares, que o acompanhavam eram de origem humilde, provavelmente não teriam mais aquela oportunidade, haviam atendido o chamamento, deixado o Brasil, se disponibilizado para lutar na guerra e compunham força militar, que já havia iniciado a libertação do povo e das cidades Italianas da tirania nazi-fascista;

Diante da consistente argumentação foi aberta exceção e assim como os demais colegas, o Sargento Leônidas Macedo Filho foi orgulhosa e privilegiadamente recebido e abençoado, bem como a família e pessoas caras dele, em audiência especial e reservada pela S. Santidade, Papa Pio XII;

Como um dos membros da comitiva não havia se curvado e lhe beijado a mão, o pontífice questionou e o Sargento Heredia respondeu que não era católico. Posteriormente o militar justificou aos colegas, que apesar de não ser daquela religião, havia aceitado o convite, porque desejava conhecer o Papa, que era uma autoridade e liderança mundialmente reconhecida;

Ainda em Tarquínia, na madrugada de 15-08-44 os soldados brasileiros foram acordados e surpreendidos com intenso e constante ruído de aviões, que decolaram seguidamente do Campo de Planadores vizinho, rebocavam planadores, sobrevoavam o acampamento, seguiam adiante e assim continuaram até a metade da tarde;

A intrigante movimentação constituiu espetáculo a parte, que assim como o bombardeio do porto de Nápoles, foi passiva e privilegiadamente assistido pelos soldados. Mais tarde foi recebida a informação, que a intensa movimentação fazia parte da operação militar ANVIL, desencadeada pelos aliados e, que satisfatoriamente invadiu o sul da França;

Na noite de 18-08-44, em caminhões a tropa brasileira começou a deixar Tarquinia em direção a Vada, a 25 quilômetros da frente de batalha do Arno. Os acampamentos foram disfarçados sob esplendido parreiral, de onde, mesmo dentro das barracas, podia-se colher deliciosas uvas. A concentração da tropa foi concluída em 20-08-44. E no dia 22 iniciado o período de instrução final, que durou três semanas. Na ocasião foram recebidos e ultimados intensos treinamentos, conhecidos e se adaptado facilmente a todos novos equipamentos e armamentos;

Os últimos dias do período de instrução final foram vividos dentro do grande exercício teste de 36 horas, iniciado a 10 de setembro. Constitui-se por uma marcha itinerária de trinta e seis quilômetros e um importante e difícil exercício de combate, no qual se fez uso de abundante quantidade de munição de guerra e tomaram parte quatro mil expedicionários. Para acompanhar o teste em todos os pormenores, foram destacados 270 oficiais Americanos, investidos das funções de árbitros, que avaliaram e concluíram que a tropa estava preparada e apta a entrar em linha ou combate;

Após o lançamento de vigorosa perseguição aos Alemães, iniciada desde a queda de Roma, em agosto de 44, quatro divisões francesas e três americanas deixaram a Itália e foram integrar as forças aliadas, que invadiram a França Meridional. Em razão da redução nos efetivos do V Exército, o comandante General Mark Clark, resolveu verificar a possibilidade e pelos resultados do teste de Vada, decidiu pelo emprego imediato do contingente brasileiro, que ainda estava em fase de treinamento;

A primeira tropa brasileira a cumprir missão de combate em território Italiano foi a 1ª. Cia. do 9º Batalhão de Engenharia, comandada pelo Capitão Floriano Moller. Desde o 06/09/44 a referida Cia. começou a operar ativa e eficientemente em uma das pontes do Rio Arno, às ordens do IX Corpo de Exército;

Após recepção de farto material bélico em Tarquinia e de treinamentos específicos em Vada, o contingente foi deslocado para o Parque ou Quinta Real de San Rossore no subúrbio de Piza, onde a partir de 16/09/44, passou a funcionar o Quartel General da 1ª D.I.E. O bosque havia sido concebido para prática de caça da família Real Italiana, cujo Rei Vitório Emanuel III, devido à ditadura imposta por Mussolini, havia se exilado na Inglaterra;

Antes mesmo de a tropa brasileira entrar em combate, especialmente vítimas de acidentes automobilísticos, os mortos foram provisoriamente enterrados em cemitérios italianos e Americanos. Como também ainda não havia pelotão de sepultamento da FEB, par organizar o mesmo foi encarregado o Tenente Nilo Manso. Este militar buscou no depósito de pessoal três sargentos interessados em não seguirem para o front e compor o mesmo;

Em respeito ao critério de antiguidade na função, o Sargento Leônidas Macedo Filho foi convidado, mas declinou à preferência e recusou o convite, inclusive para servir alternativamente no batalhão de saúde. Uma vez, que, por não ser do ramo, justificou que preferia continuar no depósito de pessoal e servir na frente de batalha;

Diante da recusa ao convite, o Tenente ouviu as experiências profissionais do Sargento e informou que havia necessidade de pessoal com aquela qualificação na intendência. Uma vez, que o pessoal daquele serviço ainda não havia chegado do Brasil e somente viria no segundo escalão. O Tenente ainda sugeriu que o Sargento Leônidas Macedo Filho deveria deixar o depósito de pessoal, se disponibilizar para servir na intendência, onde seria mais útil e contribuiria muito melhor com esforço de guerra do Brasil;

O chefe de seção de Classe II e IV da intendência, capitão Heleno Soares Castelar confirmou a informação e anotou os dados do sargento Leônidas Macedo Filho. Entretanto ressaltou que antes consultaria o General Mascarenhas, pois este não queria a retirada de nenhum militar do depósito de pessoal. Haja vista, aqueles deveriam estar prontos para imediatamente substituir as baixas na frente de combate;

Dias depois o boletim do Quartel General publicou a transferência do Sargento Leônidas Macedo Filho para o Serviço de Intendência – Seção de Classe II e IV - Equipamento e Fardamento para suprimento da tropa. A Informação foi dada verbal e pessoalmente, após visita ao Quartel General, pelo comandante do depósito de pessoal, Capitão Joaquim José de Sá e Benevides. Pela austeridade o referido comandante era apelidado de “carne crua”.

Para possibilitar a mudança, inclusive da pesada bagagem para o acampamento do serviço de intendência, o Sargento Leônidas Macedo Filho solicitou uma condução. O Comandante do Depósito de Pessoal atendeu ao pedido, sugeriu que o sargento preparasse a bagagem e após o almoço uma viatura o transportou até a nova unidade;

Dado à falta de pessoal qualificado na intendência, sequer para redigir ou datilografar uma carta, o serviço naquela unidade estava muito acumulado. O que ensejou o Capitão Castelar a pedir e prometer que o Sargento Leônidas Macedo Filho encostasse os pertences dele em um canto começasse logo a trabalhar e que a noite arranjaria algum local para ele dormir;

O Capitão Castelar era professor de inglês, estava na guerra a convite do amigo General Mascarenhas, era socialmente muito bem relacionado e com freqüência recebia ou visitava unidades Americanas. Pelo que, apesar de não ser função dele, usualmente era solicitado pelo General Mascarenhas para obter munições junto àquelas unidades. Dado à ética e fina educação, polidamente o Capitão alegava, que não ficava bem, pois não era do ramo e existia pessoal específico para tal. O General então respondia não haver nenhum problema, o que interessava era o resultado final e porque o Capitão é quem se entendia melhor com os Americanos;

Inclusive, em várias oportunidades, o Capitão Castelar foi solicitado também para verificar e corrigiu textos redigidos em inglês pelo Capitão Sílvio de Melo Cahú, chefe do Serviço Especial da FEB. Como é próprio das pessoas educadas e dotadas de maior conhecimento e sabedoria, antes de efetuar a correção, o Capitão Castelar elogiava o texto, afirmava que o mesmo estava muito bom, mas sugeria, caso fossem efetuadas pequenas alterações ficaria ainda melhor. Assim, polidamente e sem alarde, o texto era totalmente alterado e corrigido;

Entre outras obrigações no serviço de intendência, uma das principais funções do Sargento Leônidas Macedo Filho, era, diariamente, viajar a cidade de Florença. Onde requisitava, recebia do depósito do 5º Exército dos Estados Unidos e transportava para o acampamento da intendência, todo material necessário ao desempenho da ação militar da FEB na frente de combate;

Apesar de já trazer assinalada a identificação do requisitante e opções dos materiais requisitados nos formulários em inglês, pré-distribuídos pelos americanos, devido à barreira lingüística, inicialmente houve muitas dificuldades de comunicação. O Cel. Perry, chefe daquele depósito, ficava muito nervoso esbravejava e dado ao desentendimento desferia potentes socos na mesa, que apesar de não ser a culpada pagava o pato. Porque também não entendia nada em inglês, o Sargento Leônidas Macedo Filho respondia em português, que caso o Cel. não batesse nele, na mesa poderia bater a vontade;

Após vários desentendimentos foi identificado entre os militares, que serviam no depósito americano, um Sargento filho de Portugueses, que falava Espanhol. Apesar de algumas confusões iniciais a comunicação foi muito facilitada com auxilio do interprete. Este auxílio, no entanto gradativamente passou a não ser mais necessário. Uma vez que o Sargento Leônidas Macedo Filho conseguiu sistematizar o trabalho, aprender um pouco de inglês e razoavelmente bem o Italiano;

Outro obstáculo inicialmente ainda se opôs ao desempenho da tarefa, mas logo também foi superado. Diariamente, quando conseguia retornar de Florença o rancho já havia encerrado as atividades e não havia mais comida disponível. Para obter alimentação, o Sargento Leônidas Macedo Filho solicitou e após comprovar, que era militar Brasileiro e estava a serviço dos aliados, obteve permissão e passou a almoçar diariamente no restaurante do “Rest Camp” do Exército Americano. O local era uma espécie de hotel destinado ao descanso da tropa aliada após o combate e estava localizado nas instalações da gigantesca estação Ferroviária de Florença, que convergia 16 linhas, mas, que na época, devido à guerra, havia sido totalmente desativada;

Além das obrigações pertinentes ao trabalho, o Sargento Leônidas Macedo Filho também compunha o pelotão de defesa do Quartel General e fazia parte de uma peça de metralhadora 0.50. Porém, em várias oportunidades, apesar de haver tomado posição e ficado com o “dedo no gatilho”, nunca recebeu ordem para disparar contra aviões alemães, que sobrevoaram o QG. Até porque os aviões inimigos nunca atacaram e caso fosse disparado contra eles, seria denunciado existência e comprometido a segurança da importante unidade;

Em 20-09-44, apesar de usualmente dirigir veículos, inclusive de carga e motocicletas, porque ainda não possuía carteira de motorista, o Sargento Leônidas Macedo Filho obteve permissão e datilografou um certificado especial de habilitação, que foi autorizado e assinado pelo Capitão Sílvio de Melo Cahú;

No início de outubro de 44, o chefe do serviço de intendência, Cel. Fernando Lavaquiel Biosca anunciou que com a chegada prevista do pessoal efetivo do serviço no segundo escalão, o Sargento Leônidas Macedo Filho seria dispensado e devolvido ao depósito de pessoal. A medida foi justificada sob a alegação, que não seria justo enviar ao front, alguém, que já era efetivo dos quadros do serviço de intendência. Entretanto em consideração ao bom desempenho, conhecimento e comportamento do Sargento, o Cel. prometeu que sugeriria ao General Mascarenhas, que logo concordou, com a criação de mais uma vaga naquele serviço;

Enquanto era aguardada a chegada do segundo escalão e a decisão do comandante, foi criado o serviço especial da FEB, chefiado pelo Capitão Sílvio de Melo Cahú, cujo acampamento era vizinho à intendência. Diante da possibilidade da dispensa, o Sargento Leônidas Macedo Filho aceitou o convite e foi oficialmente transferido para a nova unidade;

Segundo o capitão, que utilizava no trabalho um veículo de comando ou uma Van marca Dodge, a nova função e trabalho seria apenas auxiliar a redação da história da FEB na Itália e figurativamente “comer sanduíche de pneus”, ou seja, viajar muito pelas estradas;

Entretanto, apesar da constante cobrança de apresentação, mesmo com a chegada do pessoal efetivo, até porque o comandante Mascarenhas já havia aceitado a criação de nova vaga, o Sargento Leônidas Macedo Filho não foi liberado e permaneceu no serviço de intendência até o final da guerra;

Para organizar e controlar melhor a administração geral, o comandante Ten.cel. Armando de Moraes Âncora nomeou xerifes para cada sessão do Quartel General. No serviço de Intendência, sem prejuízo de outras funções, o nomeado foi o Sargento Leônidas Macedo Filho. Uma das responsabilidades do Xerife, quando houvesse mudança do QG, era providenciar a limpeza do local e não deixar nenhum vestígio. Pois caso o inimigo retornasse, pelos detritos deixados, entre outras, poderia facilmente estimar o número de soldados, que compunham a unidade militar, que ali estivera;

Em 11-11-44, quando estava a trabalho em Florença, o Sargento Leônidas Macedo Filho recebeu instruções para não retornar à San Rossore e levar o material requisitado para Pistoia. Uma vez que no dia seguinte (12/11/44) o serviço de intendência seria mudado para aquela cidade, onde ocuparia uma “fornaccione” (cerâmica). A mesma instrução ainda dava conta que o Quartel General recuado da FEB seria mudado de San Rossore para Piza;

logo após o Sargento Leônidas Macedo Filho foi cobrado e ameaçado de punição pelo Ten. Cel. Armando Ancora, por não haver providenciado a limpeza e deixado vestígios do QG em San Rossore. O Sargento então tentou infrutiferamente justificar, que não poderia ter providenciado a limpeza. Ate porque não sabia da mudança do QG, estava a trabalho em Florença e, que havia recebido instruções para transportar diretamente para Pistoia o material requisitado. O Ten. Cel. alegou que não tinha nada a ver com os outros, que o compromisso dele era com o xerife e, que por tal o mesmo seria punido;

Inconformado o Sargento Leônidas Macedo Filho reportou a injusta cobrança e ameaça de punição ao Capitão Castellar, que estranhou, pois não teria ficado nenhum vestígio em San Rossore. Até porque alegou, teria pagado do próprio bolso a um Italiano para efetuar a limpeza. E que esta também teria sido efetuada, inclusive na sessão do próprio Ten. Cel. Âncora, com quem prometeu conversaria posteriormente. Como não houve mais cobrança e nenhuma punição, certamente o Ten. Cel. se convenceu, que o Sargento era inocente;

Mesmo distante do front, o comandante do Quartel General, Ten. Cel. Armando de Moraes Âncora, portava arma na cintura, utilizava capacete de aço e por tal foi apelidado pelos soldados de herói da retaguarda. Certa feita o Ten. Cel. Ancora, que falava cantado, instruía trabalhadores Italianos como escavar vala para enterrar detritos e evitar vestígios. O Italiano então respondeu “Non capito”, ou seja, não compreendo. O Ten. Cel. então afirmou não “capita” não come desgraçado. Então “o capito” respondeu o Italiano e os problemas foram resolvidos. Pouco tempo depois foi recebida a informação, que o Ten. Cel. Ancora havia retornado ao Brasil para efetuar Curso de Estado Maior. Após foi promovido a General e no governo João Goulart foi o Ministro da Guerra;

Como havia recebido apenas de um fuzil Springfield e não era combatente, para utilizar como arma de defesa pessoal, o Sargento Leônidas Macedo Filho aceitou o empréstimo, que devolveu ao final da guerra, de uma pistola Colt 45, trazido do Brasil pelo Major Campello. Este havia recebido na Itália outra pistola Remington do mesmo calibre;

Inicialmente apenas um caminhão fora de estrada marca Chevrolet para 2.500 KG, cuja direção o Sargento Leônidas Macedo Filho sempre dividida com o motorista soldado Teodoro, efetuava o transporte de materiais. Com a chegada dos demais escalões, aumento das ações militares e conseqüentes consumos de armas, munições e alimentos, dezesseis caminhões eram necessários para transportarem as 426 toneladas consumidas diariamente pela FEB. O que perfazia uma média de consumo de 16,7 kg para cada soldado por dia;

Apesar de não serem destinados ao combate os caminhões da intendência também possuíam escotilha no teto da cabine e metralhadora sob a mesma. Em uma das viagens diárias um pequeno avião de espionagem alemão, que sobrevoou e ameaçou o comboio, foi abatido pelas metralhadoras dos caminhões da intendência;

O feito gerou muita comemoração e confiança à tropa, assim como recebeu generosos elogios do Comandante da FEB, que assim exclamou: “Imaginem, que eficiência da FEB, até os caminhões da intendência, que não são combatentes e cuja função é o transporte, já abateram avião inimigo”;

Em 24-12-44, no auge da guerra, além da informação, que seria criada nova vaga e, que poderia permanecer no serviço de intendência, por merecimento, o então 3º Sargento Leônidas Macedo Filho foi promovido à graduação de 2º Sargento do Exército Brasileiro;

Apesar da violência, horrores, miséria e destruições proporcionadas pelo conflito, o jeitinho, simpatia e latinidade dos brasileiros conquistaram os italianos, especialmente as italianas e naturalmente impuseram nova realidade no dia a dia da guerra. Nos momentos de lazer a grande maioria dos militares brasileiros, fez amizades, freqüentaram as casas de famílias e namoraram moças italianas;

As beldades Italianas gostavam da companhia, apreciavam bastante os Brasileiros e ao contrário detestavam e mal diziam os Alemães. “IL Tedeschi sono bruto e cativi”, ou seja, Os alemães são ruins e feios. Uma vez, que quando os germânicos passaram por lá, haviam tratado muito mal o povo Italiano, saqueado as casas, levado o que podiam e destruído o que não lhes interessava ou conseguiram levar;

Fascistas ou não os homens foram levados das casas pelos Alemães para combaterem ao lado deles, trabalharem como escravos ou apenas servirem de iscas e escudos humanos. Ao final, quando não havia mais nenhuma serventia, os Italianos eram obrigados a cavar a própria sepultura e barbaramente enforcados com arame farpado;

Além de todas as barbaridades, ainda foi promovida a destruição do tradicional vinho caseiro, que costumeiramente, em todas as casas italianas, era armazenado em “botiglione” empalhado de 30 litros. Sob a vista amargurada e pesarosa dos Italianos, os Alemães maldosamente perfuraram a bala ou abriram as torneiras dos recipientes para desperdiçar ou jogar fora todo o precioso líquido;

Na noite de natal de 44, sob a alegação, que ninguém deveria passar só naquela santa data, uma família Italiana chefiada por integrante do Comitê de Libertação da alta Itália, convidou e muito honrado o Sargento Leônidas Macedo Filho, aceitou o convite e participou da ceia natalina na casa deles;

Devido à natural falta de alimentos e recursos no País, que havia sido invadido, saqueado e perdido a guerra, a maioria das famílias Italianas passou muita dificuldade. Por tal, dentro das possibilidades, às famílias com quem havia sido travado conhecimento e amizade, os militares brasileiros sempre doavam pães, remédios, roupas, cigarros e outros alimentos;

Inclusive, a uma determinada família amiga do Sargento Leônidas Macedo e de outros militares, brasileiros foram doados e jantados tantos coelhos, que as peles deles possibilitaram a confecção de um casaco, que foi dado de presente a uma garotinha. A dificuldade e carência Italiana era tão grande, que foi usual e de muito bom gosto, presentear as namoradas ou amigas com um pão. O presente era rapidamente ingerido e agradecido como se um delicioso e nutritivo doce houvesse sido saboreado;

Nos feriados e finais de semana, como não havia expediente e trabalho no QG e Serviço de Intendência, eram comuns as saídas dos militares brasileiros para passeios e visitas às namoradas e famílias amigas. Porque não dispunha de outro veículo adequado para passear, extra oficialmente o Sargento Leônidas Macedo Filho, utilizava o caminhão Chevrolet truque de 10 rodas, até então desconhecido no Brasil, com o qual ele trabalhava e buscava materiais em Florença;

Certa noite, apenas a duas quadras do destino, ao tentar entrar em rua estreita de Pistoia, o caminhão derrapou na neve, vagarosamente encostou em uma casa, quebrou o cano de gasolina e apagou o motor. O Sargento Leônidas Macedo Filho caminhou até o acampamento e informou o ocorrido ao Tenente Justo Almeida Jansem Ferreira, chefe imediato dele na intendência. O tenente providenciou o reboque e prometeu doar uma blusa de nylon forrada de lã ao mecânico da Cia. de manutenção, caso ele reparasse o veículo ainda naquela noite;

Entretanto, como o mecânico não conseguiu efetuar o reparo, o veículo foi enviado à Cia. de manutenção americana e informado ao major Lorival Campello, que seria efetuada a rotineira manutenção preventiva das 1.500 milhas. Porém, apesar do pequeno estrago, aquela Cia. demorou um pouco e respondeu que o caminhão estava imprestável para o serviço militar e forneceu requisição para ser retirado um novo veículo;

Informado da verdade, o subchefe da intendência, Major Lourival Campello ameaçou, que cobraria na forma da lei o caminhão do Sargento Leônidas Macedo Filho e ainda o puniria, assim como o motorista, o 1º sargento e o tenente por haverem respectivamente dirigido, cedido, permitido a saída do caminhão e até a última hora escondido o fato. Entretanto, apesar da ameaça, felizmente nunca houve qualquer cobrança ou punição;

De posse da requisição, o Major Lourival Campello ordenou com ironia, que o Sargento Leônidas Macedo Filho buscasse e quebrasse o novo caminhão também! O Sargento então respondeu, que naquele veículo não colocaria a mão na direção, até porque a função dele não era aquela. E, que muitas vezes, porque o motorista possuía dificuldades, para ajudá-lo a cumprir a tarefa, havia assumido a direção;

No final de semana seguinte, enquanto todos se preparavam para deixar o acampamento, o Major Campello indagou e o Sargento Leônidas, respondeu que não poderia sair, pois não teria como ir a pé e não disponha mais de veículo. Por tal foi oferecido carona até o destino, pouco adiante do ponto onde estaria o Major e sugerido, que o Sargento retornasse a pé até aquele local. O Sargento agradeceu, mas ponderou que era muito perigoso andar a pé na estrada tarde da noite, onde poderia, como muitos já haviam sido, ser assassinado e caso ocorresse o Major ficaria com muito remorso;

O Major Campello então concordou com a argumentação e prometeu buscar o Sargento Leônidas às 23h00min. Entretanto como até as 23h30min o Major ainda não havia aparecido, apesar do perigo eminente, o Sargento decidiu voltar a pé. Para facilitar a caminhada retirou as galochas, pediu que as mesmas fossem guardadas e já se despedia, quando o Major finalmente buzinou o Jipe na porta da casa;

O fato gerou muita admiração e a exclamação dos Italianos amigos. É por este motivo que vocês brasileiros vão ganhar a guerra. Onde já se viu! Um Major buscar um Sargento! No exército Italiano, sargento não pode ao menos dirigir a palavra a um Major;

Após satisfatório ataque à posição defendida por militares Italianos, uma patrulha da FEB liderada por um Sargento do front apreendeu depósito Italiano, que continha entre outros produtos, uma moto, que posteriormente foi solicitada de presente pelo Major Campello. Revoltado porque desejava ficar com a moto, o Sargento do Front alegou, que caso fosse apreendido e obtido outro depósito e moto, antes de entregar ao Major, estouraria o motor dela com um tiro.

O Sargento Leônidas Macedo Filho, então sugeriu ao amigo colega do front, que ao invés de danificar, lhe fosse dada de presente a moto, pois gostaria e precisava muito de um veículo. Logo a seguir foi apreendido novo depósito, obtida moderna moto “Gillera” de quatro marchas e atendido o pedido do Sargento Leônidas. Para “legalizar” e incorporar o veículo à frota, o Tenente da Cia. de Manutenção apenas pintou na moto o Cruzeiro do Sul, símbolo do Exército Brasileiro;

Assim, até quando estava em Voguera e se prepara para deslocar para Francolise, o Sargento Leônidas Macedo Filho utilizou a moto, viajou por conta própria a várias cidades Italianas e ao final a repassou ao colega 3º Sargento Raimundo, que ficaria mais algum tempo na Itália. Tempos depois o Sargento Leônidas Macedo Filho encontrou-se no Rio de Janeiro com o Sargento Raimundo, que contou haver doado a moto à namorada Italiana dele, quando também retornou ao Brasil;

Com a chegada do inverno praticamente foram paralisadas as ações militares, assim como a necessidade de avanço do QG da FEB. Entretanto antes mesmo da retomada das ações, foram criados Posto de Comando e QG avançados, que acompanharam o deslocamento do front. O QG recuado, assim como o serviço de intendência, onde o Sargento Leônidas Macedo serviu, foram mantidos em Piza e Pistoia. Inclusive naquela cidade foi construído o cemitério Brasileiro e após o traslado dos corpos para o Brasil, construído um monumento ou votivo aos mortos;

No início da primavera foi quebrada a estabilização e a tropa brasileira, sacudida pelos acontecimentos, não mais se deteve, parou de avançar e vencer até o final da campanha. Depois de abril de 45, após cinco meses de estática, quase absoluta, desde novembro de 44, na Divisão brasileira despregou-se a rede de serviços, pois houve deslocamentos rápidos e profundos, especialmente depois da conquista de Montese e Bolonha;

Antes, porém para aliviar a carga da tropa, que estava muito sobrecarregada, o serviço de intendência deu início ao recolhimento das peças, uniformes e equipamentos da temporada de frio e chuvas. Para viabilizar as operações militares no início da primavera foram recolhidos nada menos do que 75.000 cobertores, assim como capotes, esquis, sapatos para neve, sacos impermeáveis, travesseiros de invernos, aquecedores, fogareiros, etc.;

Para acompanhar a ofensiva da primavera o serviço de intendência deslocou integrantes para atender as necessidades de suprimento da tropa. A chefia do serviço, a seção de classes I e III e o ponto de distribuição da divisão saíram de Pieve Delle Capane e avançaram 25 km para Pamperso à margem esquerda do rio Sila. O pelotão de caminhões da Cia. de intendência foi estacionado e disponibilizado mais adiante em Panigalle de Soto (ou sopra), também à margem esquerda do Rio Sila, na região de Lizzano in Belvedere, onde também foi instalado o QG avançado da FEB;

Em 10/04/45 o pelotão de caminhões e a chefia da seção de transportes deslocaram-se para Gaggio Montano. Em 13/04/45 a seção de classes II e IV do serviço de intendência, onde o Sargento Leônidas Macedo Filho servia, deslocou-se em caminhões de Pistoia e juntou-se à seção de classe I e III, que já estava em Pamperso. Até 02 de maio de 45 ocorreram intensas batalhas entre os aliados e Alemães, que foram duramente perseguidos, atacados e finalmente vencidos na Itália;

Em 29/04/44, após espetacular manobra militar de duplo envolvimento efetuado pela FEB na região de Fornovo, a 148ª D.I. Alemã foi totalmente cercada, intimada e obrigada a se render incondicionalmente. Após 20 horas de trabalho ininterrupto de rendição da 148ª DI, foram feitos nada menos do que 14.779 prisioneiros, bem como capturados canhões de diversos calibres, viaturas e cavalos. O episódio vivido vitoriosamente pela divisão brasileira em Fornovo constitui marco de transcendente significação nos anais da história militar do Brasil e é motivo de muito orgulho para Febianos e todos os Brasileiros;

Além de o formidável feito militar, a capitulação nazista em Fornovo se reveste ainda de elevado significativo social, pois ensina caprichosamente a lição da humildade e igualdade dos povos. O preconceito, orgulho e arrogância dos supercivilizados Alemães arianos, à ótica de Hitler, muito superiores às demais raças, foi desmoronado e o castigo veio com a subjugação justamente a mestiços soldados brasileiros;

Em 02/05/45, finalmente houve a rendição incondicional dos Alemães na Itália e em 08/05/45 na própria Alemanha, quando então foi totalmente encerrada a estúpida guerra na Europa. Em 14/08/45 a guerra também foi concluída no Japão e após seis longos anos a paz voltou a reinar no mundo. O conflito mundial matou nada menos do que cinqüenta e três milhões de pessoas, das quais vinte e dois milhões diretamente em combates;

Encerradas as hostilidades e cumprida a missão principal, a FEB recebeu nova tarefa para ocupar e guarnecer determinadas regiões e cidades Italianas. Por tal o Serviço de Intendência, que acompanhava o avanço da tropa, para apoiá-la, também foi deslocado e permaneceu relativamente poucos dias em novos acampamentos, mas sempre próximo às localidades ocupadas;

Na organização do exército Italiano havia somente 3º Sargento e Sargento “Majore”, que era a maior autoridade militar local das cidades menores e para muitos, os mais graduados do exército. Por tal, combinado com a carismática liderança desenvolvida, especialmente nas pequenas localidades, muitos Italianos imaginavam, que o Sargento Leônidas Macedo Filho era muito graduado e importante autoridade militar;

Um dos melhores exemplos da distinção e deferência ocorreu em Voguera, onde o serviço de intendência da FEB em maio de 45 ocupou a sede de um Clube de Futebol. Enquanto o superior hierárquico, Capitão Abas dos Santos Arruda ficou acomodado em uma barraca armada no pátio, a direção da agremiação ofereceu as melhores acomodações em confortável apto ao 2º Sargento Leônidas Macedo Filho;

Ainda em Voguera, para pedir doação de gasolina, um “Partigiano” (Italiano, que lutava ao lado dos Aliados) indagou se havia oficial no quartel do acampamento da intendência da FEB. Diante da resposta negativa, o Partigiano se indignou e questionou que aquilo não era possível e como não poderia haver oficial no quartel. Não havia oficial porque não havia necessidade, até porque a guerra já havia acabado e qualquer problema ele mesmo poderia resolver, respondeu o Sargento Leônidas Macedo Filho;

Em 03/06/45 finalmente foram encerradas atividades na Itália e iniciado os preparativos para o retorno. Antes, porém, dado à enorme experiência adquirida na intendência e conhecimento de todo o material, que havia sido requisitado e recebido pela FEB, o Sargento Leônidas Macedo Filho foi procurado por um Major, recém chegado do Brasil, encarregado de contabilizar e efetuar o acerto da conta corrente com o exército americano. O referido militar então propôs uma promoção ao Sargento Leônidas Macedo Filho para, que ele ficasse um pouco mais na Itália e o ajudasse no cumprimento da tarefa;

Até porque estava cansado, com saudades da família, interessado em retornar logo à pátria, não pretendia continuar no exército e já havia decidido solicitar a baixa, o Sargento Leônidas Macedo agradeceu a proposta. Diante da recusa, o Major voltou a propor então duas promoções. Pelos mesmos motivos já alegados novamente o Sargento recusou a oferta;

Diante da nova recusa o Major ameaçou, que neste caso então requisitaria e o Sargento teria que ficar na Itália a comando ou a força. O Sargento Leônidas Macedo então respondeu que a missão dele já havia sido cumprida, não desejava mais permanecer na Itália e no exército, até porque, havia sido voluntário e vindo no primeiro escalão. Por tal, além da preferência e merecimento para retornar também no primeiro escalão, utilizaria todos meios disponíveis para conseguir o direito dele;

Ao reportar o ocorrido e a ameaça do Major, o chefe do serviço de intendência Cel. Biosca alegou que o Sargento Leônidas Macedo realmente não poderia ser obrigado a ficar na Itália, pois já havia cumprido e muito bem a missão dele. E ainda prometeu que o Sargento retornaria ao Brasil no primeiro escalão, junto com ele e no mesmo meio de transporte, navio ou avião, que ele fosse viajar;

Antes do deslocamento para Nápoles, onde ainda foi aguardado em torno de um mês para embarcar de volta ao Brasil, o Sargento Leônidas Macedo compôs a comitiva da Intendência, liderada pelo Cel. Biosca, que em viaturas do exército, viajou e conheceu o norte, centro e sul da Itália (Entre outras pequenas localidades, Parma, Piacenza, Alesandria, Genova, La Spezia, Livorno, Roma e Francolise próximo a Nápoles);

Quando a comitiva chegou a Francolise, a 50 km de Nápoles, prisioneiros de guerra Alemães ainda trabalhavam na construção do alojamento dos soldados Brasileiros. De manhã e a tarde os prisioneiros eram transportados por uma carreta seguida e vigiada por uma viatura com dois soldados americanos armados com metralhadoras;

Enquanto os prisioneiros trabalhavam, um militar negro, que pertencia à 92º Divisão Americana, denominada Búfalo, cujos componentes, inclusive o comandante eram todos daquela etnia, vigiava e ironizava os prisioneiros. Sentado em um banco e com uma metralhadora na mão, o alegre militar falava e repetia várias vezes ao dia, em alto e bom som: Alemães é que gostam de guerra, Americanos e Brasileiros não gostam de guerra! Alemães é que gostam de guerra, Americanos e Brasileiros não gostam de guerra!

Em 02-07-45, o Cel. Biosca cumpriu a promessa e na companhia dele, o Sargento Leônidas Macedo Filho embarcou no Porto de Nápoles, retumbante, de volta à amada pátria, orgulhoso por ter cumprido, a árdua, mas muito recompensante tarefa, novamente no 1º escalão de tropas, desta vez a bordo do navio americano de transporte - “USS General Meiggs”;

Os soldados Brasileiros haviam combatido ombro a ombro com os melhores, mais adestrados e equipados exércitos do mundo, vencido regimes totalitários, convivido com democratas e absorvido ideais liberais. Por tal, muito provavelmente, com receio que o contingente reunido pudesse representar perigo à continuidade do incoerente regime ditatorial, enquanto o primeiro escalão navegava de volta ao Brasil e os demais ainda permaneciam na Itália, a FEB foi desmobilizada;

Na manhã de 18-07-45, o Sargento Leônidas Macedo Filho desembarcou no porto da cidade do Rio de Janeiro. Onde, assim como os demais, foi recebido, entre outras autoridades, pelo Presidente Getúlio Vargas, assim como por uma multidão de Brasileiros em regozijo pela vitória e em especial pelos primos casal Irene Sidney e Pedo Nardi;

Para comemorar o grande triunfo militar, receber o primeiro escalão de tropas, demonstrar jubilo e ovacionar apoteoticamente os heróis da campanha da Itália, foi organizada a Parada da Vitória. Jamais a cidade do Rio de Janeiro viveu momentos de maior exaltação patriótica. Foram convidados do Governo Brasileiro e também vieram assistir o grande desfile, os Generais Mark Clark, J.G. Ord, Wilis Crittenberger e Donald Brann, testemunhas da atuação da FEB no teatro de guerra da Itália;

A então capital federal se engalanou para receber, num espetáculo de civismo e reconhecimento os expedicionários do Brasil e o grupo de soldados, que representava a valorosa 10ª Divisão de Montanha Americana. As principais artérias do Rio de Janeiro estavam congestionadas da multidão, ansiosa por ver a aplaudir os heróis, que concorreram para o arrasamento da máquina militar de Hitler e Mussolini;

Após o desfile os residentes no Rio de Janeiro foram aquartelados na Vila Militar e os demais soldados do primeiro escalão em diversos quartéis Cariocas do exército. O Sargento Leônidas Macedo Filho foi alojado no Batalhão da Guarda Presidencial – Dragões da Independência, em São Cristóvão, onde permaneceu até o licenciamento militar;

Em 31-07-45, o 2º Sargento Leônidas Macedo Filho foi licenciado do Serviço Militar do Quartel General da 1ª D.I.E. para, conforme portaria ministerial da desmobilização, após quatro longos anos, retornar às atividades que desenvolvia antes da convocação. Naquela oportunidade o Sargento recebeu o certificado de reservista, das mãos do chefe do Estado Maior da FEB, então Cel. Floriano de Lima Brinner, que posteriormente foi promovido General e Marechal. Antes, porém o Cel. ponderou que o Sargento, tinha futuro, não deveria deixar o exército e caso aceitasse o certificado seria cancelado. O Sargento então agradeceu e alegou que já havia decidido deixar o exército;

Em cumprimento às obrigações dele na guerra, o Sargento Leônidas Macedo Filho atravessou a Itália de sul (Nápoles) a norte (Alesandria) e compôs a força militar, que auxiliou a devastação dos exércitos nazifascistas. Força expedicionária esta que apesar de encontrar condições adversas e desconhecidas no rigoroso inverno europeu, aprisionou um número superior de soldados e oficiais alemães do que o próprio efetivo dela. Assim como libertou o povo e cidades italianas ocupadas, cumpriu com extrema eficácia todas as missões a ela confiada pelo comandando do 4º corpo de Exército Aliado, a qual estava subordinada e principalmente os objetivos e anseios solicitados e exigidos pelo povo Brasileiro;

Pela brilhante atuação nos campos de batalha na Itália, entre vários outros, o Comandante do IV Corpo de Exército Americano, Major General Willys Dale Critemberger, após a tomada de “Montese”, assim elogiou a FEB: “Na jornada de ontem, somente os Brasileiros mereceram as minhas irrestritas congratulações. Com o brilho do seu feito e espírito ofensivo, a divisão Brasileira esta em condições de ensinar às outras como se conquista uma cidade”;

Apesar de não haver sido combatente direto, permanecido no depósito de pessoal, enviado ao front ou sido descoberto e atacado o Q.G. da FEB, onde serviu, potencialmente correu muito risco em servir no mesmo. Uma vez, que caso a Alemanha houvesse oferecido maior resistência ou vencido a guerra a história poderia ter sido muito diferente. Entretanto, de qualquer forma, o Sargento Leônidas Macedo Filho fez e muito bem a parte dele, contribui muito para a vitória dos aliados e atendeu a evocação da pátria e do povo, que havia exigido a entrada do Brasil na guerra;

Além do orgulho e reconhecimento por haver aceitado o desafio, lutado na guerra, atendido a evocação da pátria, exigência do povo e cumprido satisfatoriamente a missão a ele confiada, o Exército e a Guerra ainda proporcionaram muitos conhecimentos, amizades e experiências. Caso o Sargento Leônidas Macedo Filho houvesse decidido continuar no exército, certamente teria ascendido, como vários outros colegas, que também lutaram na guerra, ascenderam, a elevadas patentes e alcançaram importantes postos e cargos executivos;

Haja vista, que também estiveram na gloriosa campanha da Itália e travaram conhecimento com o Sargento Leônidas Macedo Filho, nada menos, que entre outros, o Ex Presidente da República Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, o Ex Vice Presidente da República, Adalberto Pereira dos Santos, quatro governadores de estados (Cordeiro de Farias, Paulo Torres, Emílio Ribas e Luiz Mendes da Silva), ex Presidente do Senado Paulo Torres, treze ex Ministros de Estado, (Zenóbio da Costa, Cordeiro de Farias, Amaury Kruel, Segadas Viana, Nelson de Melo, Armando Moraes Ancora, Ademar de Queiroz, Lyra Tavares, Albuquerque Lima, Dale Coutinho, Hugo Abreu, Belfort Bethlehem e Celso Furtado), o próprio comandante da FEB, Marechal João Batista de Mascarenhas de Moraes, além de outros destacados políticos, militares, homens públicos, etc.

O Comandante Mascarenhas inclusive, em várias oportunidades, visitou o acampamento da Intendência, perguntou pelo Capitão Castelar e diante da resposta, que o procurado havia saído o Sargento Leônidas Macedo Filho se ofereceu para procurá-lo. O General então demonstrava grandeza, que o tornou comandante da FEB, agradecia e com humildade respondia anunciava que ele mesmo o procuraria;

Aliás, durante a guerra, em duas oportunidades, a bem do interesse da FEB e dos Aliados, o General Mascarenhas interferiu, alterou o destino, a história e tacitamente auxiliou o Sargento Leônidas Macedo Filho. Uma vez, que aceitou a transferência do depósito de pessoal para o serviço de intendência, deste para o serviço especial da FEB e por fim com criação de mais uma vaga naquela sessão;

As maiores e mais significativas vitórias da FEB na gloriosa campanha da Itália, que ficarão marcadas para sempre na história foram: Mazzarozza, Camaiore, Monte Prano, Fornacci, Galicano, Barga, San Quirino, Monte Cavalloro, Monte Castelo, S. Maria Villiana, Montese, Paravento, Monte Maiolo, Riverla, Zocca, Formigine, Collecchio, Fonovo Di Taro, Torre de Nerone. Durante a campanha foram aprisionados 19.689 praças, 892 oficiais, 2 Generais, 80 canhões, 5000 viaturas e 4.000 cavalos. O Efetivo da FEB na Itália foi de 25.334 homens, dos quais 465 perderam a vida, 2.722 foram feridos, 35 aprisionados e 16 desaparecidos;

Em 1.946, inspirado pela vitória da liberdade e da democracia, que efetivamente ajudara a conquistar nos campos de batalha na Europa e que no Brasil, determinaram a queda do regime ditatorial de Vargas, ingressou no partido político de oposição - UDN (União Democrática Nacional). O partido era Composto pela elite estudantil e intelectual da época e o Ex-combatente Leônidas Macedo Filho, foi eleito secretário geral da Primeira Diretoria do Diretório Municipal do Partido na terra natal Candeias–MG;

Em 09-04-46 o ex-combatente Leônidas Macedo Filho foi condecorado pelo Governo Brasileiro, com a medalha de Campanha criada pelo Decreto Lei 6.795 de 17-08-44, por ter, como integrante da Força Expedicionária Brasileira, participado de operações de Guerra na Itália, sem nenhuma nota desabonadora;

Em 26-05-47 o ex-combatente Leônidas Macedo Filho foi novamente condecorado pelo Governo Brasileiro com a medalha de Guerra de 1ª Classe, criada pelo decreto 6.795 de 17-08-44, por ter colaborado no esforço de guerra do Brasil durante a gloriosa campanha da Itália;

Em 1.949, a convite do saudoso Sr. Mariano Bernardino de Souza Filho (Marianinho), conterrâneo, correligionário dele e na época Prefeito de Campos Altos (1º Eleito), o ex-combatente Leônidas Macedo Filho transferiu-se para esta localidade. Onde plantou suas esperanças, acreditou na jovem, dinâmica e pequena cidade e estabeleceu pioneiramente no comércio de Auto Peças, acessórios e Auto Serviços;

Em 05-12-50, o ex-combatente Leônidas Macedo Filho casou-se com Maria de Lourdes Resende Macedo, filha do igualmente saudoso casal Sr. Nelson Resende e Alvarinda Gontijo;

Em 1.954, o ex-combatente Leônidas Macedo Filho ingressou na vida política local e se elegeu vice presidente do diretório municipal da UDN;

Em 1957 se candidatou a Vice Prefeito pela chapa da oposição da UDN, encabeçada pelo Sr. Mário Domingos, que foi derrotada pelos candidatos da situação do PSD por pequena margem de votos;

Em 1.960 e 62 o ex-combatente Leônidas Macedo Filho ajudou a liderar a memorável vitória do partido nos planos estadual (Magalhães Pinto), federal (Jânio Quadros) e municipal (Geraldo Barbosa Leão/Clésio Silveira Lemos);

Em 13-01-63 o ex-combatente Leônidas Macedo Filho foi homenageado pela Prefeitura Municipal de Candeias - MG, que erigiu um monumento aos heróis ex-combatentes participantes da segunda guerra, constando em uma placa de bronze o nome dele, assim como dos 11 demais Candeenses que participaram da gloriosa campanha da Itália;

Em 1.964 o ex-combatente Leônidas Macedo Filho foi eleito, assumiu e exerceu a presidência do diretório municipal da UDN até 1.965, quando foram extintos os partidos políticos, através de decreto do Governo Militar;

Em 15-11-66 o ex combatente Leônidas Macedo Filho elegeu-se vereador pela chapa da ARENA com 203 votos dos 1.803 válidos (11,26%), em 28/12/66 foi diplomado pelo MM Juiz de Direito e presidiu por dois anos a Câmara Municipal de Campos Altos;

Ainda em 1.966, o ex-combatente Leônidas Macedo Filho foi escolhido e convocado pelo MM. Juiz de Direito da Comarca de Ibiá, para compor, na função relevante de Jurado, o Tribunal do Júri da Comarca; servindo à justiça em vários julgamentos, até ser dispensado legalmente, por limite máximo de idade;

Em 1.969 o ex-combatente Leônidas Macedo Filho foi eleito diretor de Patrimônio da primeira diretoria do recém inaugurado Clube Social de Campos Altos;

Em novembro de 1.969, juntamente com Rotarianos da Cidade de Luz e cidadãos da Elite da Sociedade Campos-Altense, o ex-combatente Leônidas Macedo Filho participou da fundação do Rotary Club de Campos Altos, elegeu se presidente Fundador (Provisório), 1º Presidente, vice-presidente por três períodos e foi nomeado Diretor de Avenidas de Serviço em outros dois;

Em 15-11-70, como candidato único e com apoio de todas correntes partidárias políticas locais, o ex-combatente Leônidas Macedo Filho elegeu-se Prefeito Municipal de Campos Altos pela chapa da ARENA. O número de votos recebidos foi recorde e superior inclusive à somatória dos votos dos vereadores. Em 20/11/70 foi diplomado pelo MM Juiz de Direito e cumpriu satisfatoriamente o mandato tampão reduzido de apenas dois anos (71/72);

Em 11-12-71 o ex-combatente Leônidas Macedo Filho foi agraciado com o Diploma de Honra ao Mérito pelo Movimento Brasileiro de Alfabetização - MOBRAL, pela participação positiva e efetiva colaboração no processo de erradicação do analfabetismo, contribuindo assim para o desenvolvimento da comunidade e para a promoção do Homem Brasileiro;

Em 06-07-73, ao ensejo das comemorações do Jubileu de Prata, a ACAR - Associação de Crédito e Assistência Rural prestou-lhe uma homenagem ao ex-combatente Leônidas Macedo Filho, conferindo-lhe uma placa de prata em reconhecimento à colaboração prestada às atividades da extensão rural no Estado de Minas Gerais, em especial na região da cidade de Campos Altos;

Em 1.980, após a dissolução dos partidos políticos (ARENA MDB), o ex-combatente Leônidas Macedo Filho reuniu antigos e novos companheiros e fundou o diretório Municipal do PDS, elegendo-se presidente do mesmo por dois períodos e liderando a vitória do partido no plano municipal, novamente com o prefeito Geraldo Barbosa Leão;

Ainda em 1.980, já aposentado por tempo de serviço de INPS, o ex-combatente Leônidas Macedo Filho adquiriu uma gleba de terras, iniciando aí uma nova atividade econômica - O Cultivo do Café;

Em 05-04-82, conforme lei nº 4.242/63, o ex-combatente Leônidas Macedo Filho passou a ter direito à pensão militar, na graduação de 2º Sargento. E a partir da promulgação da Constituição Atual (1.988), e conforme Artigo 53, inciso ll do ato das Disposições Constitucionais Transitórias, passou a fazer jus ao salário de 2º Tenente do Exercito Brasileiro;

Em 23-07-88, a Câmara Municipal de Campos Altos, em cumprimento a lei municipal nº 25/877 de 04-08-88, concedeu ao ex-combatente Leônidas Macedo Filho o Título de Cidadão Benemérito, pela contribuição em prol do desenvolvimento do Município;

Em Maio de 1.994, o ex-combatente Leônidas Macedo Filho compôs a primeira diretoria da ACCAR (Associação dos Cafeicultores de Campos Altos);

Em 23-09-94, pela comemoração do 50º aniversário de emancipação administrativa e política do município, o ex-combatente e ex-prefeito Leônidas Macedo Filho foi homenageado pela Prefeitura Municipal de Campos Altos recebeu medalha de Prata alusiva à data;

Em 12-03-95, em Reunião Festiva em comemoração ao 25º aniversário da fundação, o Rotary Club de Campos Altos, conferiu ao ex-combatente Leônidas Macedo Filho o Diploma de Honra e Mérito, por ter sido o presidente fundador e o primeiro eleito do Clube;

Em 05-05-95, pela comemoração do 50º aniversário do término da 2ª guerra, com participação dos atiradores do Tiro de Guerra Local e ex-Combatentes da cidade e região, a Câmara Municipal de Araxá MG, prestou homenagem e entregou ao ex-combatente Leônidas Macedo Filho, uma placa de prata, ofertada pelo Prefeito Municipal de Campos Altos, Dr. Vítor Vieira dos Santos;

Em 02-09-97, em Reunião Festiva do Rotary Club de Campos Altos alusiva à visita oficial do Governador Roberto Duarte, por haver sido o presidente fundador e primeiro eleito, combinado com os relevantes serviços prestados ao Clube e a comunidade, ao ex-combatente Leônidas Macedo Filho foi homenageado com a admissão no quadro social do mesmo na categoria de Sócio Honorário;

Em 09-07-98, “Por relevantes serviços prestados ao Rotary Club de Campos Altos e à comunidade local”, em Reunião Festiva conclusiva do ano rotário, o ex-combatente Leônidas Macedo Filho recebeu do Presidente Marcelo Macedo o Diploma de Mérito Rotário;

Em 11-05-2000, pela comemoração do dia da vitória, do expedicionário e do 55º aniversário do término da guerra, foi homenageado pelo Rotary Club de Campos Altos. O presidente Saulo de Almeida e Silva conferiu ao ex-combatente Leônidas Macedo Filho alusivo diploma de mérito com o seguinte texto. “Pelos atos de bravura nos campos de batalha da Itália durante a 2ª Guerra Mundial, combate ao Nazi-facismo e defesa da democracia”;

Em 14-12-02, em Reunião Festiva do Rotary Club de Campos Altos, comemorativa à implantação do Projeto de Subsídio Equivalente visando a recuperação e proteção da nascente do Córrego do Engenho da Serra e com a presença e prestigio do Governador do Distrito 4.760 de Rotary International - Sebastião Simões da Cunha, o ex combatente Leônidas Macedo Filho foi mais uma vez homenageado pelo Clube, que lhe conferiu a comenda e título de companheiro “Paul Harris”;

Em 14-04-03, em reconhecimento por haver composto a força militar, que libertou a cidade e o povo da opressão nazista na Segunda Guerra Mundial, o ex-combatente Leônidas Macedo Filho, assim como todos os demais ex-pracinhas da FEB, foi homenageado pela Prefeitura Municipal da cidade Italiana de Montese, com o honroso título de cidadão honorário da mesma;

Em 21-02-05, assim como os demais, o ex-combatente Leônidas Macedo Filho foi homenageado e distinguido, conforme portaria Nº. 068 do Comandante do Exército Brasileiro, que criou o “exórdio” e o toque especial para assinalar a presença de Ex-Combatente em solenidades militares comemorativas das datas significativas da FEB na campanha da Itália;

Em 23-02-05, em reunião festiva comemorativa do centenário de Rotary International e dos 35 anos de fundação do Rotary Club de Campos Altos, por haver sido um dos fundadores e assim como sete outros, ainda permanecer nos quadros do Clube, o ex-combatente Leônidas Macedo Filho foi homenageado com diploma de mérito;

Em 16-05-05, pela comemoração dos sessenta anos do final da Segunda Guerra Mundial e vitória dos aliados, como ex-combatente da FEB, em reunião solene presidida pelo vereador Itamar Roberto da Silveira, o ex-combatente Leônidas Macedo Filho recebeu homenagem e diploma de reconhecimento da Câmara Municipal de Campos Altos, através de projeto de autoria do vereador Paulo Ferreira de Carvalho;

Em Junho de 2.006, por haver lutado na segunda guerra mundial, o ex-combatente Leônidas Macedo Filho efetuou Palestra para os alunos do Colégio Gama – Rede Promove em São Gotardo e foi agraciado com placa ofertada pela Diretoria com os seguintes dizeres: É de cidadão como você, que uma nação necessita para construir sua soberania. Parabéns! Carinhosamente;

Em 29-05-06, pelo dia do expedicionário, foi homenageado pela Câmara Municipal de Campos Altos, através do Presidente Paulo Cezar de Almeida, que conferiu ao ex-combatente Leônidas Macedo Filho o quadro texto de autoria de Alfredo Augusto Cruz: “A Nação que não honra seus soldados não merece seus heróis”;

Em 10-06-07, pela comemoração dos 62 anos da vitória dos aliados na II Guerra Mundial, por possuir no quadro social dois sócios fundadores, que participaram da mesma, o Rotary Club de C. Altos promoveu reunião especial e o ex-combatente Leônidas Macedo Filho proferiu palestra alusiva à data, cujo texto foi adaptado à Canção do Expedicionário de Guilherme de Almeida;

Em 07-05/08, pela comemoração dos 63 anos da vitória dos aliados na II Guerra Mundial, por possuir no quadro social dois sócios fundadores, que participaram da mesma, o Rotary Club de C. Altos promoveu reunião festiva, o Presidente Adriano Senna Ramos ofertou diplomas de mérito ao ex-combatente Leônidas Macedo Filho, que proferiu palestra e exibiu filme sobre a atuação da FEB;

Em 17-06-08, em reunião festiva de posse do Conselho Diretor 2008/2009 do Rotary Club de C. Altos, por haver sido um dos fundadores, ainda no quadro social e presente à solenidade, o Presidente Rogério Parra homenageou e ofertou ao rotariano Leônidas Macedo Filho distintivo de sócio fundador;

Em 09/07/09, por haver sido o Presidente Fundador há 40 anos, ainda pertencer ao quadro social do clube, foi distinguido e homenageado pelo Rotary Club de Campos Altos, através do Presidente Orlando Devides Taveira, como Presidente de Honra do Clube;

Em 24/08/09, pelo dia do soldado e relevantes serviços prestados a humanidade, a Pátria e a Maçonaria Universal, através do venerável mestre Paulo César Caldeira Ângelo, foi homenageado e recebeu a comenda Ordem da Águia ofertada pela Grande Loja Maçônica de Minas Gerais;

Em 18/09/09, pela comemoração do 65º aniversário da emancipação política de Campos Altos, a Câmara Municipal prestou-lhe homenagem e concedeu-lhe o honroso título de cidadão honorário, que foi entregue pelo prefeito Cláudio Donizete Freire;

Em 20/03/2011, pela comemoração do aniversário de noventa anos, recebeu os familiares e amigos no salão São Paulo do Santuário de N. S. Aparecida;

Em 22/03/2011, pelo 90º aniversário, através de proposição do eminente desembargador José Afrânio Vilela, foi homenageado pela 2º Câmara Civil do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. O presidente Roney de Oliveira determinou que a manifestação fosse registrada em ata e efetuada comunicação de estilo ao bravo nonagenário expedicionário da FEB;

Em 08/O9/2011 foi homenageado pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG), em seção conjunta das Delegacias de Uberlândia e Araguari. Marcelo Macedo  ministrou em nome do pai, palestra sobre a história do ex-combatente e a participação da Força Expedicionária Brasileira FEB na Segunda Guerra Mundial;

Em 24 e 26/07/12, a convite do comandante Tenente Cel. Marcos André Gueiros Taulois, prestigiou as solenidades comemorativas do cinqüentenário do 36º Batalhão de Infantaria Motorizada em Uberlândia-MG. 

"Encontram-se presentes nesta solenidade ex-combatentes da Força Expedicionária  Brasileira, criada por ocasião da 2ª Guerra Mundial. O Exército Brasileiro presta nesta ocasião a merecida homenagem àqueles que com sacrifício, bravura e glória, souberam defender a honra da Pátria e os ideais de liberdade e democracia”

O solene anúncio, efetuado após a apresentação da tropa, foi o primeiro evento da formatura militar. Em seguida, ainda em reverência aos febianos, foram executados os toques de sentido, de "Presença de Ex Combatente" (Clarim) e o Exórdio de Presença (Banda de música).

Campos Altos, 11 de setembro de 2.012.


Marcelo Macedo